terça-feira, 7 de julho de 2009

Caixa Preta no Cine Cufa - VAMOS VOTAR!

Nesta quarta-feira, dia 8 de julho, haverá exibição do filme Caixa Preta, de Ana Claudia Okuti, produzido pelo Nós do Morro. O filme concorre na categoria júri popular, por isso não deixem de votar!!! A entrada é gratuita.

Dia 8 de julho / quarta-feira
1º SESSÃO – 12h30
Caixa Preta
(Rio de Janeiro-RJ / Brasil) Nós do Morro – Ficção – 17’30”
O filme conta a história de um jovem de uma comunidade do Rio de Janeiro, que por dificuldades econômicas e incentivado pela avó, resolve arrumar um emprego. Porém, eles não esperavam que uma “Caixa Preta” modificasse o caminho das coisas, transformando a esperança em uma triste realidade.

Direção, Roteiro e Produção: Ana Cláudia Okuti
Edição: Alessio Slossel
Fotografia: Alessio Slossel e Arthur Sherman
Local: Sala de Cinema CCBB

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Cacá Diegues fala sobre o projeto "5 x Favela"

Começaram no último dia 29 as filmagens do projeto Cinco vezes favela, agora por nós mesmos. Idealizado pelo cineasta Cacá Diegues, o projeto é inspirado no longa-metragem Cinco Vezes Favela, de 1961, um dos marcos inaugurais do Cinema Novo Brasileiro, no qual Diegues dividiu a direção com Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges.
Na entrevista concedida a Luciano Vidigal, Cacá fala um pouco sobre a nova versão do projeto, que está sendo realizado por jovens moradores de favelas.


Qual foi o ponto de partida para o projeto Cinco Vezes Favela?
Depois de mais de uma década de contatos com organizações culturais de favelas cariocas, iniciados com o filme Veja esta canção (1993), tive a idéia de produzir uma nova versão do Cinco Vezes Favela de 1961, um formato criado pelo Centro Popular de Cultura da UNE, sob inspiração de Leon Hirszman. Só que, agora, em vez dos cinco universitários de classe média que o fizeram no passado, os cinco episódios seriam escritos e totalmente realizados por jovens cineastas moradores de favelas cariocas. Dessa vez, o filme se chamaria Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos.
Assim que tive a idéia, eu e Renata Magalhães, minha sócia na produtora Luz Mágica, montamos cinco oficinas de roteiro em cinco comunidades do Rio, com o apoio de organizações locais: em Cidade de Deus (com a Central Única de Favelas - CUFA), Vidigal (com o Nós do Morro), Complexo da Maré (com o Observatório de Favelas), Parada de Lucas (com o Grupo Cultural AfroReggae) e na Linha Amarela (com o Cinemaneiro/Cidadela), e com o patrocínio da Globofilmes. Os alunos de cada oficina escolheram os argumentos pelo voto e depois desenvolveram coletivamente os roteiros.

Fale um pouco sobre o processo das oficinas de preparação técnica.
As oficinas de preparação técnica duraram sete semanas, com uma aula inaugural do “mestre inaugural” Nelson Pereira dos Santos. 603 jovens moradores de favelas se inscreveram para essas oficinas, mas só foi possível atender a pouco mais de 200, devido aos recursos disponíveis e à viabilidade prática das aulas. Os selecionados escolheram as áreas de sua preferência (produção, direção, fotografia, arte, edição, finalização, interpretação) e começaram a ter aulas diárias, incluindo sábados e domingos, com professores como Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Dib Lutfi, Camila Amado, Guto Graça Mello, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e muitos outros. Além das aulas regulares, os alunos tiveram à sua disposição uma sala de projeção e computadores para que vissem os filmes indicados pelos professores e outros de seu interesse pessoal, de um acervo que pusemos a seu alcance, através de acordo com a Cavídeo. As oficinas foram realizadas na sede da Rio Filmes, nossa parceira no projeto.
Toda segunda feira, todos os alunos se reuniam para uma palestra coletiva, uma troca de experiências com algum profissional do cinema brasileiro. Eles ouviram Manoel Rangel (presidente da Ancine, sobre A gestão do cinema brasileiro), Cesar Charlone (diretor de fotografia de Cidade de Deus e Ensaio sobre a cegueira, a propósito de “A imagem cinema tográfica”), Daniel Filho (diretor de cinema e TV, com o tema “Cinema e televisão”), João Moreira Salles (o mais importante documentarista brasileiro, falando sobre “Técnica e ética do documentário”), Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus, O jardineiro fiel e Ensaio sobre a cegueira, abordando “A ficção cinematográfica”) e Walter Salles (diretor de Central do Brasil, analisando o “Cinema contemporâneo”).


Quando começam as filmagens?
A filmagem começará no dia 29 de junho. Os cinco episódios serão realizados em seis semanas, consecutivamente um ao outro. A produtora do filme é a Luz Mágica, com produção de Renata Magalhães, coordenação geral de Carlos Diegues, co-produção da Rio Filme e Globofilmes, apoio da TeleImage, Videofilmes e Quanta, e patrocínio, através das leis de incentivo, do BNDES, Light, LAMSA (Linhas Amarelas) e MMX (Eike Batista). O filme deve estrear no fim do ano, em todo o Brasil, distribuído pela Sony/Columbia.

Qual a finalidade destes jovens envolvidos nas oficinas?
Não estamos preparando apenas mão de obra para o mercado de trabalho formal do cinema brasileiro, mas também treinando esses jovens cineastas para que se tornem porta-vozes deles mesmos, como agentes e testemunhas da vida em suas comunidades. O que eles têm a dizer e o modo de dizê-lo devem ter uma grande contribuição à linha evolutiva do cinema brasileiro.

Você acredita que essa galera proveniente de comunidades e favelas pode trazer algo novo para o nosso cinema?
Se não acreditasse nisso, não estaria promovendo esse projeto. Esse é o ponto central de Cinco vezes favela, agora por nós mesmos: se integrar à economia formal do cinema brasileiro, trazendo com ele uma contribuição transformadora.

Que critério você usou para escolher os diretores dos episódios?
Os diretores foram escolhidos ao final das oficinas de roteiro, em função de seu aproveitamento nelas e do currículo de cada um em seu trabalho audiovisual. Eu já estava acostumado a ver os filmes deles e sabia o que cada um poderia realizar neste novo projeto. Procuramos também entregar a direção de cada filme, na medida do possível, àqueles que estivessem de algum modo ligados ao roteiro escolhido e desenvolvido em cada comunidade.

Qual a importância da favela no cinema?
Acho que a pergunta mais correta seria a inversão dessa: qual a importância do cinema na favela? Acho que é antes de tudo a integração de seus moradores na sociedade brasileira, gozando de todos os seus direitos de cidadão, inclusive a oportunidade que o resto da população possa ter. Uma integração a partir da interpretação da favela pelos seus próprios moradores, capazes de olhar para essas comunidades com um olhar original e pertinente, livre dos preconceitos do resto da sociedade. Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos é um assalto, uma invasão do centro pela margem, através do cinema.

Você acredita que um dia o cinema se torne uma arte popular e de acesso para todos?
Acho que, com as novas tecnologias, estamos caminhando cada vez mais rapidamente para isso. Lembro-me de Francis Ford Coppola afirmando, na época de Apocalipse Now, que o cinema só seria uma grande arte, merecedora do respeito que as outras têm, no dia em que um jovem filho de operário fizer um filme, desses realizados no fim de semana, e descobrirmos que ele é um Giotto ou um Mozart.

Quais são suas expectativas?
Completar a produção de Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos, ajudando a cada um de seus realizadores a fazer, da melhor maneira possível, aquilo que eles desejam expressar. O filme é deles.




OS 5 EPISÓDIOS:

Arroz com feijão, argumento de Zezé da Silva; direção de Rodrigo Felha e Cacau Amaral. Wesley tem 12 anos de idade e sonha dar ao pai, que só come diariamente arroz com feijão, um presente de aniversário inusitado: uma refeição de frango.
Cacau Amaral (36 anos) - Teve várias experiências com audiovisual na CUFA (Central Única da Favelas), incluindo institucionais, curta metragens e videoclipes. Além de seu trabalho com cinema, Cacau, morador de Caxias, também é rapper.
Rodrigo Felha (29 anos) - Mora na Cidade de Deus e vem participando de diversas produções audiovisuais com a CUFA. Foi câmera e editor do documentário “Falcão, Meninos do Tráfico”. Trabalha com Cacau Amaral desde 2003, quando realizaram o clipe “Ataque Verbal”, de MV Bill.


Deixa voar, argumento e direção de Cadu Barcellos. A pipa de Flávio, de 17 anos, cai na favela de uma facção do tráfico rival à da sua comunidade; obrigado a ir recuperá-la, ele descobre que as duas comunidades não são em nada diferentes uma da outra.
Cadu Barcelos (22 anos) - Integrante do grupo Observatório de Favelas, no Complexo da Maré, Cadu Barcelos é autor do argumento do curta Deixa Voar – única trama a abordar a questão do tráfico em Cinco Vezes Favela – Agora por eles mesmos. Aluno do curso de Audiovisual na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Cadu guarda a experiência de já ter dirigido um curta para o Canal Futura.

Concerto para violino, argumento de Rodrigo Cardozo da Silva; direção de Luciano Vidigal. Jota, Pedro e Márcia cresceram juntos, numa mesma comunidade; quando crianças, eles fizeram um juramento de amizade que, agora adultos com diferentes destinos, não têm mais como cumprir.
Luciano Vidigal (29 anos) - Aluno há dezessete anos do grupo Nós do Morro, o ator e diretor Luciano Vidigal foi escolhido para dirigir o curta Concerto para violino, cujo roteiro foi desenvolvido pelos alunos da ONG Afroreggae. No currículo, Luciano traz a direção do premiado curta Neguinho e Kika, que recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Marseille (França).

Fonte de renda, argumento de Vilson Almeida de Oliveira; direção de Manaíra Carneiro e Wavá Novais. Maicon realiza seu sonho de passar no vestibular de Direito, mas agora precisa arranjar dinheiro para pagar seus estudos, livros e cadernos.
Manaíra Carneiro (21 anos) - Moradora de Higienópolis, Manaíra teve sua primeira experiência com cinema no curso do Cinemaneiro em 2002. Aluna da Escola Técnica de Audiovisual, a jovem cineasta fez o curso Geração Cultura, no qual produziu vídeos para a TV Futura. Com a experiência de quem, mesmo tão nova, já contabiliza a direção de seis curtas e está dirigindo o curta-metragem Café Sem Chantilly, com o grupo Cinemaneiro.
Wagner Novais (25 anos) - Estudante de Cinema da Universidade Estácio de Sá, Wagner Novais é morador da Taquara. Participou de diversas produções na Universidade e no grupo Cinemaneiro, onde dirigiu três filmes em vídeo. A direção do episódio Fonte de Renda será sua primeira experiência com película.

Acende a luz, argumento e direção de Luciana Bezerra. Na véspera do Natal, o morro está sem luz e os técnicos chamados não conseguem resolver o problema, até que um dos técnicos se torna refém da comunidade que não quer passar o Natal às escuras.
Luciana Bezerra (34 anos) - Uma das coordenadoras do grupo Nós do Morro, a atriz e cineasta Luciana Bezerra trabalha há 14 anos no setor audiovisual. Como diretora, realizou cinco curtas, entre eles Mina de Fé, Hércules e Sebastião. Em Cinco vezes favela, agora por eles mesmos, Luciana é argumentista e diretora do curta Acende a luz, roteirizado pela oficina do grupo Nós do Morro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

1ª SeAmostra

Começa hoje, no Jardim Botânico, a primeira edição da "SeAmostra - O cinema que você nunca vê", mostra produzida por Paula Fiuza e Tatiana Saback que exibe filmes que não são facilmente encontrados no grande circuito. Dois filmes produzidos pelos Nós do Morro fazem parte da programação: "Neguinho e Kika", de Luciano Vidigal, e "Picolé, Pintinho e Pipa", de Gustavo Melo.
Haverá ainda uma exposição de fotografias com o tema "Olho Carioca". Além do trabalho de fotógrafos convidados, o público poderá expor suas próprias fotos no local.
Hoje tem festa de abertura somente para convidados, e amanhã o evento abre para o público, com entrada gratuita.
Endereço: Rua Jardim Botânico, 1008 - Sala de cinema localizada no Centro de Visitantes

PROGRAMAÇÃO

Dia 04/07 - Sábado
14:30h - “Neguinho e Kika” - de Luciano Vidigal
15:00h - “Elke” - de Julia Rezende
15:30h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
16:00h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:30h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
17:00h - “De Braços Abertos” - de Bel Noronha
18:00h - “Blackout” - de Daniel Rezende
18:30h - “Ladrões de Cinema” - de Fernando Campos
20:30h - "É Simonal" - de Domingos Oliveira

Dia 05/07 - Domingo
15:00h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
15:30h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:00h - “A Lira do Delírio” - de Walter Lima Jr.
18:00h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
18:30h - “Só Dez por Cento é Mentira” - de Pedro Cezar
20:00h - “Todas as Mulheres do Mundo” - de Domingos Oliveira

quarta-feira, 1 de julho de 2009

NÓS em festivais

O curta Caixa Preta, realizado por Ana Claudia Okuti, participa do Cine Cufa 2009, com exibição no dia 8 de julho no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio.
http://www.cinecufa.com.br/

E seguindo na sua maratona de festivais, o curta "A Distração de Ivan", dirigido por Cavi Borges e Gustavo Melo, será exibido no Cineme-se, Festival da Experiência do Cinema, entre 14 e 19 de julho na cidade de Santos, SP. http://sites.unisanta.br/cineclube/cinemese
O curta também participa da segunda edição do Festival de Triunfo, que acontece de 2 a 7 de agosto no Sertão do Pajeú, em Pernambuco.