sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Luciano Vidigal é entrevistado pelo Observatório de Favelas

Minha Favela

Entrevista - 13/09/2010 14:17
'Quando somos humanos somos universais'
Por Cecília Olliveira

Fazendo cinema até o fim da vida. É assim que Luciano Vidigal, quarto entrevistado da série Minha Favela, quer passar seus dias. O filho de empregada doméstica que teve seu contato com a sétima arte na casa do patrão de sua mãe, que era ator, agora mostra a todos o olhar da sua favela através do curta Concerto para Violino, que conta a história de amigos, que ainda crianças, fazem juramento de amizade eterna e enfrentam realidades bem diferentes 20 anos depois. Veja abaixo a entrevista com o diretor.

Como o cinema entrou em sua vida?

Há vinte e um anos atrás, minha mãe trabalhava de empregada doméstica para o ator Otávio Muller. Foi onde fiquei encantado pelo universo da arte e procurei o Nós do Morro. Uma semana depois fiz um curta metragem. Me senti o homem mais valorizado do mundo e um ser apaixonado pela sétima arte. Doze anos depois dirigi o curta metragem “Neguinho e Kika”, que o Cacá assistiu e me disse que estava surgindo um novo olhar sobre o cinema brasileiro.

Luciano Vidigal, durante as filmagens de Concerto para Violino. Foto: Divulgação 5x Favela
Luciano Vidigal, durante as filmagens de Concerto para Violino. Foto: Divulgação 5x Favela
Como foi a construção do roteiro de seu filme?
Sim, foi participativo. O roteiro veio das oficinas do grupo cultural Afroreggae. Depois eu, Cacá e Rafael Dragaud ficamos num longo processo discutindo e trazendo algumas mudanças para o roteiro até o décimo oitavo tratamento.

O que esse filme representou para você?
Nós éramos cineastas que realizávamos nossos filmes curta metragem cujas exibições eram restritas aos festivais e cineclubes. Agora tivemos o privilégio de ganhar estrutura de suporte técnico e estamos na expectativa de mostrar nossa obra para o mercado audiovisual brasileiro. O 5x Favela está sendo um dos meus maiores aprendizados artístico e humano. Hoje sou convicto de que quando somos humanos somos universais.

Quais os planos futuros, o cinema está nessa perspectiva?

Sim. Até a morte. Estou finalizando um longa documentário chamado "Copa Vidigal", que produzi e dirigi. O filme conta a história de um campeonato de favelas organizado por um professor de futebol que tenta trazer a paz para uma comunidade que se encontrava traumatizada depois de uma recente guerra entre traficantes.


Fonte: Observatório de Favelas - Notícias e Análises


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