domingo, 20 de dezembro de 2009
Fotos da Mostra de Audiovisual
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Mostra Audiovisual 2009
Mostra Audiovisual 2009
Segunda-feira, 14 de dezembro, às 19h
Sessão de curtas-metragens realizados pelos alunos do Curso de Audiovisual:
"264" - Turma 6CP (2008)
"Tudo Pode Mudar" - Turma 3C
"Noite 9.437" - Turma 4C
"O Casarão 2" - Turma 5B
"Moto perpétuo de um fantasma inquieto" - Turma 5CP
"O Vulto" - Turma 1C
Curtas de celular - Turma 4B
Sessão Especial Cavídeo:
"Engano", de Cavi Borges (2008)
"Em Trânsito", de Cavi Borges, com Luciano Vidigal e Sabrina Rosa (2009)
"A Distração de Ivan", de Cavi Borges e Gustavo Melo (2009).
A mais recente produção entre Cavídeo e Nós do Morro.
Recebeu os prêmios de Melhor Filme nos festivais Visões Periféricas 2009/RJ, VI Amazonas Film Festival e Festival de Triunfo 2009/PE (prêmio ABDeC).
E Mais!
Entrega do Prêmio de Melhor Ator no Festival de Canoa Quebrada 2009 a Rodrigo Costa, pela sua atuação no curta-metragem "A Distração de Ivan"
Debate com os realizadores após a exibição
ENTRADA FRANCA
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
"264" participa do 2º Festival Favela É Isso Aí
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Lucrecia Martel visita o Nós do Morro
A diretora está de passagem pelo Rio, onde participa do III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ e do ciclo especial sobre sua obra no Instituto Moreira Salles, e fez questão conhecer o Casarão do Nós do Morro no Vidigal.
Formada em Comunicação, Lucrecia dirigiu alguns curtas-metragens e programas de televisão até receber, em 1999, o prêmio Sundance/NHK Filmaker Award de melhor roteiro para "O Pântano". Com o premio, pôde tirar do papel seu primeiro longa-metragem, que foi lançado em 2001 com boa recepção da crítica e do público, tendo recebido o Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim (para filme mais inovador). No ano de 2008 a Revista Bravo! lançou uma edição especial com 100 Filmes Essenciais, e na 93º posição estava "O Pântano", o único de toda a lista dirigido por uma mulher.
Seus dois filmes seguintes, "A Menina Santa" e "A Mulher Sem Cabeça", tiveram produção executiva dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar, e partciparam da mostra oficial do Festival de Cannes.
Lucrecia com a conterrânea Julia, voluntária no Nós do Morro
O diretor do Nós do Morro Guti Fraga diverte o grupo
A partir da esquerda: Manuelle Rosa, Guti Fraga, Luciano Vidigal, Luciana Bezerra, Lucrecia Martel, Juan Pablo Domènech, Diego Esteve, Alexandre Mendonça e Fabián Nuñez.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Caixa Preta no III Encontro de Cinema Negro
O curta "Caixa Preta" passa amanhã às 19h na Tenda da Lapa, e sábado (dia 14) às 14h no Cine Odeon. No sábado, tem ainda debate com a diretora Ana Okuti e outros realizadores às 9h30:
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
NÓS na Universidade
Segue a programação:
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
MESA REDONDA: Política, Cultura e a Questão Social: Estratégias e experiências do trabalho comunitário em contextos de violência no Rio de Janeiro.
Convidados:
Roberto Mosca – Sociólogo e professor UNESA
Alan Brum Coordenador ONG Raizes em Movimento
Gustavo Melo – Grupo Nós do Morro
William de Oliveira – Movimento Popular de Favelas
Quinta-feira, 5 de novembro, às 19h
Campus Millôr Fernandes - Rua Dias da Cruz, 255/3º piso - Méier (Shopping Méier)
Sala 302
CINECLUBE CANCELADO
O Núcleo de Audiovisual pede desculpa pelo transtorno.
Assim que possível, agendaremos nova data e divulgaremos.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Cineclube nesta quarta
Cerca de 900 mil pessoas são traficadas pelas fronteiras internacionais a cada ano exclusivamente para fins de exploração sexual. Entretanto, apesar de todos os perigos, jovens mulheres brasileiras ao entrar no mundo do turismo sexual acreditam que vão mudar de vida e sonham com o seu príncipe encantado. Uma minoria até consegue encontrar um grande amor e casar. O filme vai do nordeste brasileiro a Berlim buscando entender os imaginários sexuais, raciais e de poder das jovens cinderelas do sul e dos lobos do norte.
sábado, 10 de outubro de 2009
Imagens da Sessão no Vidigal
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Sessão de cinema no Vidigal
18h30 - Picolé, Pintinho e Pipa (produção Nós do Morro) e O Grilo Feliz 2
Local: Praça do Vidigal (ponto dos ônibus 521 e 522)
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Muita emoção na visita de Jeanne
Chegada no Casarão Nós do Morro (Foto: Luciana Bezerra)
Jeanne recebe presentes e o carinho da família Nós do Morro
De Jeanne Moreau, encantada com o Nós do Morro, do Vidigal: "Antes que se complete um ano vou voltar ao Rio para um projeto que eu tenho com Cacá Diegues, escrever um roteiro para o pessoal do Nós do Morro realizar o filme. E vou voltar com um co-produtor francês e o equipamento para fazer o filme; faltara só o co-produtor brasileiro."
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
CINECLUBE AMANHÃ
Quando? Terça-feira, 29 de setembro, às 19h em ponto
Onde? Salão Preto do Casarão do Nós do Morro
(Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal)
JOANA FRANCESA
(Brasil, 1973)
Diretor: Cacá Diegues
Duração: 113 min
Em 1930, Jeanne é a dona de um prostíbulo em São Paulo. Um cliente alagoano, apaixonado por ela, a leva para sua fazenda de cana-de-açúcar onde Jeanne entra em contato com costumes que acabam por arrebatá-la a um mundo ético e cultural que nunca havia conhecido antes. Ela acaba assumindo a liderança da família, em plena decadência. "Joanna Francesa" possui a emocionante e antológica trilha sonora de Roberto Menescal e Chico Buarque.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Domingo, 27/09/09 - Jeanne Moreau sobe o Vidigal em visita ao Nós do Morro
Segue a programação:
14h - Sessão de documentário sobre a vida da atriz
16h - Diálogos Nós do Morro com Jeanne Moreau e Carlos Diegues
Endereço: Casarão Nós do Morro - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54 - Vidigal
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Mostra Especial Jeanne Moreau
Para homenagear a atriz francesa, o Nós do Morro preparou uma mostra especial.
De 24 a 29 de setembro, serão exibidos no Casarão do Nós do Morro alguns dos seus filmes que fizeram história.
PROGRAMAÇÃO
Sala de Reunião:
24 de setembro (quinta-feira)
10h às 12h – Ascensor para Cadafalso (Louis Malle, 1957)
18h às 20h – Os Incompreendidos (François Truffaut, 1959)
25 de setembro (sexta-feira)
14h às 16h – O Processo (Orson Welles, 1962)
18h às 20h – Jules e Jim (François Truffaut, 1962)
28 de setembro (segunda-feira)
11h às 13h – Jules e Jim (François Truffaut, 1962)
14h às 16h – Os Incompreendidos (François Truffaut, 1959)
18h às 20h - O Processo (Orson Welles, 1962)
29 de setembro, terça-feira, às 19h.
Exibição do filme “Joana Francesa”, de Cacá Diegues
Apoio: Cavídeo, Luz Mágica e Consulado Geral da França no Rio de Janeiro
SINOPSES DOS FILMES:
ASCENSOR PARA O CADAFALSO
(França, 1957)
Diretor: Louis Malle
Duração: 88 minutos
Florence ama Julien Tavernier e não ao seu marido, Simon Carala, homem rico e totalmente dedicado a seus negócios. Os amantes planejam o crime perfeito: Julien cria um álibi incontestável, assassina Simon Carala e faz seu ato criminoso parecer um suicídio. Mas, o destino intervém e Julien fica preso dentro do elevador - e o porteiro desliga a chave da corrente elétrica. Enquanto tenta escapar do interior do elevador, um casal de namorados rouba seu carro e mata dois turistas alemães. A partir daí, Julien é procurado pelo homicídio que não cometeu.
OS INCOMPREENDIDOS
(França, 1959)
Direção: François Truffaut
Duração: 100 minutos
Os Incompreendidos mostra o travesso adolescente Doinel em Paris. Mal amado pelos pais, ele causa problemas na escola e comete pequenos atos de delinqüência em busca de atenção.
JULES E JIM
(França, 1962)
Direção: François Truffaut
Duração: 105 minutos
Dois amigos, o francês Jim e o alemão Jules, vivem a efervescência das artes e da boemia na Paris da belle époque quando conhecem uma mulher por quem logo se apaixonam: Catherine. O triângulo se estende alegre e despreocupadamente, até que Catherine resolve casar com Jules - ainda que mantendo o relacionamento com Jim. Mas as coisas já não são como antes e, para aumentar o distanciamento, surge a Segunda Guerra.
O PROCESSO
(França / Alemanha / Itália, 1962)
Direção: Orson Welles
Duração: 119 minutos
Joseph K. é um homem reservado, que vive na pensão da senhora Grubach e se dá bem com todos os demais moradores do local. Um dia ele é acordado por um inspetor de polícia, que lhe informa que está preso, mas não o leva sob custódia. Durante o processo Joseph segue com suas atividades normais, tendo apenas que ficar à disposição das autoridades a qualquer hora do dia. Incomodado por não saber do que está sendo acusado, ele decide investigar em busca de uma resposta.
JOANA FRANCESA
(Brasil, 1973)
Diretor: Cacá Diegues
Duração: 113 min
Em 1930, Jeanne é a dona de um prostíbulo em São Paulo. Um cliente alagoano, apaixonado por ela, a leva para sua fazenda de cana-de-açúcar onde Jeanne entra em contato com costumes que acabam por arrebatá-la a um mundo ético e cultural que nunca havia conhecido antes. Ela acaba assumindo a liderança da família, em plena decadência. "Joanna Francesa" possui a emocionante e antológica trilha sonora de Roberto Menescal e Chico Buarque.
Guti Fraga recebe Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Nós selecionado no Rumos Itaú Cultural
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Caixa Preta no Curta Cabo Frio
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Cineclube amanhã: PACHAMAMA
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
NPD é inaugurado em Niterói
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
É NÓS em Gramado
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Exposição Nós do Morro 20 anos
SERVIÇO
Endereço: Espaço Furnas Cultural
Rua Real Grandeza, 219 - Botafogo
EXPOSIÇÃO Nós do Morro 20 anos
Terça a sexta, das 14h às 18h.
Sábado, domingo e feriado: das 14h às 19h.
MOSTRA DE FILMES
Quintas-feiras, 06 de agosto a 10 de setembro
Programa 1 - 06 de agosto, das 12h às 14h
Testemunho Nós do Morro (doc, 23 min)
Mostra de Teatro 2007 (doc, 7 min)
Trailer dos filmes do Núcleo de Audiovisual (5 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Clipe da peça "Os Dois Cavalheiros de Verona" (14 min)
Programa 2 - 13 de agosto, das 18h às 20h
Memórias Nós do Morro (doc, 47 min)
Clipe da peça "Burro sem rabo" (14 min)
Eu Gorette (doc, 3 min)
Decamão (ficção, 4 min)
A menina da porteira (ficção, 4 min)
Eu sou tudo o que vejo (doc, 3 min)
Neguinho e Kika (ficção, 17 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Programa 3 - 20 de agosto, das 12h às 14h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Making of da peça "Sonho de Uma Noite de Verão" (8 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
A Tangerina do Vidigal (5 min)
Jeito Brasileiro de Ser Português (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Programa 4 - 27 de agosto, das 18h às 20h
Testemunho Nós do Morro (doc, 23 min)
Neguinho e Kika (ficção, 17 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
Picolé, pintinho e pipa (ficção, 15 min)
Clipe da peça "Os Dois Cavalheiros de Verona" (14 min)
Programa 5 - 03 de setembro, das 12h às 14h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Clipe da peça "Machado a 3x4" (10 min)
Luzanira Rocha (doc, 5 min)
Omelete (ficção, 5 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Um leão por dia (ficção, 5 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
Programa 6 - 10 de setembro, das 18h às 20h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Making of da peça "Sonho de uma Noite de Verão" (8 min)
Frente e verso: contraste de uma cidade de ferro (13 min)
Sala Cela (ficção, 10 min)
Mostra de Teatro 2007 (ficção, 7 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Picolé, pintinho e pipa (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
terça-feira, 7 de julho de 2009
Caixa Preta no Cine Cufa - VAMOS VOTAR!
Dia 8 de julho / quarta-feira
1º SESSÃO – 12h30
Caixa Preta (Rio de Janeiro-RJ / Brasil) Nós do Morro – Ficção – 17’30”
O filme conta a história de um jovem de uma comunidade do Rio de Janeiro, que por dificuldades econômicas e incentivado pela avó, resolve arrumar um emprego. Porém, eles não esperavam que uma “Caixa Preta” modificasse o caminho das coisas, transformando a esperança em uma triste realidade.
Direção, Roteiro e Produção: Ana Cláudia Okuti
Local: Sala de Cinema CCBB
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Cacá Diegues fala sobre o projeto "5 x Favela"
Qual foi o ponto de partida para o projeto Cinco Vezes Favela?
Depois de mais de uma década de contatos com organizações culturais de favelas cariocas, iniciados com o filme Veja esta canção (1993), tive a idéia de produzir uma nova versão do Cinco Vezes Favela de 1961, um formato criado pelo Centro Popular de Cultura da UNE, sob inspiração de Leon Hirszman. Só que, agora, em vez dos cinco universitários de classe média que o fizeram no passado, os cinco episódios seriam escritos e totalmente realizados por jovens cineastas moradores de favelas cariocas. Dessa vez, o filme se chamaria Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos.
Assim que tive a idéia, eu e Renata Magalhães, minha sócia na produtora Luz Mágica, montamos cinco oficinas de roteiro em cinco comunidades do Rio, com o apoio de organizações locais: em Cidade de Deus (com a Central Única de Favelas - CUFA), Vidigal (com o Nós do Morro), Complexo da Maré (com o Observatório de Favelas), Parada de Lucas (com o Grupo Cultural AfroReggae) e na Linha Amarela (com o Cinemaneiro/Cidadela), e com o patrocínio da Globofilmes. Os alunos de cada oficina escolheram os argumentos pelo voto e depois desenvolveram coletivamente os roteiros.
Fale um pouco sobre o processo das oficinas de preparação técnica.
As oficinas de preparação técnica duraram sete semanas, com uma aula inaugural do “mestre inaugural” Nelson Pereira dos Santos. 603 jovens moradores de favelas se inscreveram para essas oficinas, mas só foi possível atender a pouco mais de 200, devido aos recursos disponíveis e à viabilidade prática das aulas. Os selecionados escolheram as áreas de sua preferência (produção, direção, fotografia, arte, edição, finalização, interpretação) e começaram a ter aulas diárias, incluindo sábados e domingos, com professores como Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Dib Lutfi, Camila Amado, Guto Graça Mello, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e muitos outros. Além das aulas regulares, os alunos tiveram à sua disposição uma sala de projeção e computadores para que vissem os filmes indicados pelos professores e outros de seu interesse pessoal, de um acervo que pusemos a seu alcance, através de acordo com a Cavídeo. As oficinas foram realizadas na sede da Rio Filmes, nossa parceira no projeto.
Toda segunda feira, todos os alunos se reuniam para uma palestra coletiva, uma troca de experiências com algum profissional do cinema brasileiro. Eles ouviram Manoel Rangel (presidente da Ancine, sobre A gestão do cinema brasileiro), Cesar Charlone (diretor de fotografia de Cidade de Deus e Ensaio sobre a cegueira, a propósito de “A imagem cinema tográfica”), Daniel Filho (diretor de cinema e TV, com o tema “Cinema e televisão”), João Moreira Salles (o mais importante documentarista brasileiro, falando sobre “Técnica e ética do documentário”), Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus, O jardineiro fiel e Ensaio sobre a cegueira, abordando “A ficção cinematográfica”) e Walter Salles (diretor de Central do Brasil, analisando o “Cinema contemporâneo”).
Quando começam as filmagens?
A filmagem começará no dia 29 de junho. Os cinco episódios serão realizados em seis semanas, consecutivamente um ao outro. A produtora do filme é a Luz Mágica, com produção de Renata Magalhães, coordenação geral de Carlos Diegues, co-produção da Rio Filme e Globofilmes, apoio da TeleImage, Videofilmes e Quanta, e patrocínio, através das leis de incentivo, do BNDES, Light, LAMSA (Linhas Amarelas) e MMX (Eike Batista). O filme deve estrear no fim do ano, em todo o Brasil, distribuído pela Sony/Columbia.
Qual a finalidade destes jovens envolvidos nas oficinas?
Não estamos preparando apenas mão de obra para o mercado de trabalho formal do cinema brasileiro, mas também treinando esses jovens cineastas para que se tornem porta-vozes deles mesmos, como agentes e testemunhas da vida em suas comunidades. O que eles têm a dizer e o modo de dizê-lo devem ter uma grande contribuição à linha evolutiva do cinema brasileiro.
Você acredita que essa galera proveniente de comunidades e favelas pode trazer algo novo para o nosso cinema?
Se não acreditasse nisso, não estaria promovendo esse projeto. Esse é o ponto central de Cinco vezes favela, agora por nós mesmos: se integrar à economia formal do cinema brasileiro, trazendo com ele uma contribuição transformadora.
Que critério você usou para escolher os diretores dos episódios?
Os diretores foram escolhidos ao final das oficinas de roteiro, em função de seu aproveitamento nelas e do currículo de cada um em seu trabalho audiovisual. Eu já estava acostumado a ver os filmes deles e sabia o que cada um poderia realizar neste novo projeto. Procuramos também entregar a direção de cada filme, na medida do possível, àqueles que estivessem de algum modo ligados ao roteiro escolhido e desenvolvido em cada comunidade.
Qual a importância da favela no cinema?
Acho que a pergunta mais correta seria a inversão dessa: qual a importância do cinema na favela? Acho que é antes de tudo a integração de seus moradores na sociedade brasileira, gozando de todos os seus direitos de cidadão, inclusive a oportunidade que o resto da população possa ter. Uma integração a partir da interpretação da favela pelos seus próprios moradores, capazes de olhar para essas comunidades com um olhar original e pertinente, livre dos preconceitos do resto da sociedade. Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos é um assalto, uma invasão do centro pela margem, através do cinema.
Você acredita que um dia o cinema se torne uma arte popular e de acesso para todos?
Acho que, com as novas tecnologias, estamos caminhando cada vez mais rapidamente para isso. Lembro-me de Francis Ford Coppola afirmando, na época de Apocalipse Now, que o cinema só seria uma grande arte, merecedora do respeito que as outras têm, no dia em que um jovem filho de operário fizer um filme, desses realizados no fim de semana, e descobrirmos que ele é um Giotto ou um Mozart.
Quais são suas expectativas?
Completar a produção de Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos, ajudando a cada um de seus realizadores a fazer, da melhor maneira possível, aquilo que eles desejam expressar. O filme é deles.
OS 5 EPISÓDIOS:
Arroz com feijão, argumento de Zezé da Silva; direção de Rodrigo Felha e Cacau Amaral. Wesley tem 12 anos de idade e sonha dar ao pai, que só come diariamente arroz com feijão, um presente de aniversário inusitado: uma refeição de frango.
Cacau Amaral (36 anos) - Teve várias experiências com audiovisual na CUFA (Central Única da Favelas), incluindo institucionais, curta metragens e videoclipes. Além de seu trabalho com cinema, Cacau, morador de Caxias, também é rapper.
Rodrigo Felha (29 anos) - Mora na Cidade de Deus e vem participando de diversas produções audiovisuais com a CUFA. Foi câmera e editor do documentário “Falcão, Meninos do Tráfico”. Trabalha com Cacau Amaral desde 2003, quando realizaram o clipe “Ataque Verbal”, de MV Bill.
Deixa voar, argumento e direção de Cadu Barcellos. A pipa de Flávio, de 17 anos, cai na favela de uma facção do tráfico rival à da sua comunidade; obrigado a ir recuperá-la, ele descobre que as duas comunidades não são em nada diferentes uma da outra.
Cadu Barcelos (22 anos) - Integrante do grupo Observatório de Favelas, no Complexo da Maré, Cadu Barcelos é autor do argumento do curta Deixa Voar – única trama a abordar a questão do tráfico em Cinco Vezes Favela – Agora por eles mesmos. Aluno do curso de Audiovisual na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Cadu guarda a experiência de já ter dirigido um curta para o Canal Futura.
Concerto para violino, argumento de Rodrigo Cardozo da Silva; direção de Luciano Vidigal. Jota, Pedro e Márcia cresceram juntos, numa mesma comunidade; quando crianças, eles fizeram um juramento de amizade que, agora adultos com diferentes destinos, não têm mais como cumprir.
Luciano Vidigal (29 anos) - Aluno há dezessete anos do grupo Nós do Morro, o ator e diretor Luciano Vidigal foi escolhido para dirigir o curta Concerto para violino, cujo roteiro foi desenvolvido pelos alunos da ONG Afroreggae. No currículo, Luciano traz a direção do premiado curta Neguinho e Kika, que recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Marseille (França).
Fonte de renda, argumento de Vilson Almeida de Oliveira; direção de Manaíra Carneiro e Wavá Novais. Maicon realiza seu sonho de passar no vestibular de Direito, mas agora precisa arranjar dinheiro para pagar seus estudos, livros e cadernos.
Manaíra Carneiro (21 anos) - Moradora de Higienópolis, Manaíra teve sua primeira experiência com cinema no curso do Cinemaneiro em 2002. Aluna da Escola Técnica de Audiovisual, a jovem cineasta fez o curso Geração Cultura, no qual produziu vídeos para a TV Futura. Com a experiência de quem, mesmo tão nova, já contabiliza a direção de seis curtas e está dirigindo o curta-metragem Café Sem Chantilly, com o grupo Cinemaneiro.
Wagner Novais (25 anos) - Estudante de Cinema da Universidade Estácio de Sá, Wagner Novais é morador da Taquara. Participou de diversas produções na Universidade e no grupo Cinemaneiro, onde dirigiu três filmes em vídeo. A direção do episódio Fonte de Renda será sua primeira experiência com película.
Acende a luz, argumento e direção de Luciana Bezerra. Na véspera do Natal, o morro está sem luz e os técnicos chamados não conseguem resolver o problema, até que um dos técnicos se torna refém da comunidade que não quer passar o Natal às escuras.
Luciana Bezerra (34 anos) - Uma das coordenadoras do grupo Nós do Morro, a atriz e cineasta Luciana Bezerra trabalha há 14 anos no setor audiovisual. Como diretora, realizou cinco curtas, entre eles Mina de Fé, Hércules e Sebastião. Em Cinco vezes favela, agora por eles mesmos, Luciana é argumentista e diretora do curta Acende a luz, roteirizado pela oficina do grupo Nós do Morro.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
1ª SeAmostra
PROGRAMAÇÃO
Dia 04/07 - Sábado
14:30h - “Neguinho e Kika” - de Luciano Vidigal
15:00h - “Elke” - de Julia Rezende
15:30h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
16:00h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:30h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
17:00h - “De Braços Abertos” - de Bel Noronha
18:00h - “Blackout” - de Daniel Rezende
18:30h - “Ladrões de Cinema” - de Fernando Campos
20:30h - "É Simonal" - de Domingos Oliveira
Dia 05/07 - Domingo
15:00h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
15:30h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:00h - “A Lira do Delírio” - de Walter Lima Jr.
18:00h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
18:30h - “Só Dez por Cento é Mentira” - de Pedro Cezar
20:00h - “Todas as Mulheres do Mundo” - de Domingos Oliveira
quarta-feira, 1 de julho de 2009
NÓS em festivais
http://www.cinecufa.com.br/
E seguindo na sua maratona de festivais, o curta "A Distração de Ivan", dirigido por Cavi Borges e Gustavo Melo, será exibido no Cineme-se, Festival da Experiência do Cinema, entre 14 e 19 de julho na cidade de Santos, SP. http://sites.unisanta.br/cineclube/cinemese
O curta também participa da segunda edição do Festival de Triunfo, que acontece de 2 a 7 de agosto no Sertão do Pajeú, em Pernambuco.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Cinema francês contemporâneo
terça-feira, 16 de junho de 2009
cineclube AMANHÃ!!!!!
ANOTE AÍ!
O quê? Cineclube Nós do Morro com Eduardo Cerveira
Quando? Quarta-feira, dia 17 de junho
Que horas? Às 19h30
Onde? Casarão do Nós do Morro (salão preto) - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal
domingo, 14 de junho de 2009
"Distração" premiado
quarta-feira, 10 de junho de 2009
+ CINE pra NÓS!
quarta-feira, 27 de maio de 2009
NÓS em Paris
terça-feira, 26 de maio de 2009
Entrevista a Fernando Meirelles - por Cavi Borges e Luciano Vidigal
Nos fins da década de 1980, foi-se interessando cada vez mais pelo mercado publicitário. Em 1990, Meirelles e amigos fecharam a Olhar Eletrônico, abrindo uma empresa de propaganda, a O2 Filmes. Uma década foi o suficiente para que Meirelles se tornasse um importante e dos mais procurados produtores publicitários.
Em 2006, seu filme O Jardineiro Fiel recebeu quatro nomeações ao Oscar: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem e Melhor Atriz Coadjuvante, no qual a atriz Rachel Weiss foi premiada. Como diretor do filme, Meirelles fez questão de que a trilha sonora fosse baseada na música de países africanos, e grande parte das filmagens foi feita no Quênia. Esse foi o primeiro filme de Meirelles em língua inglesa.
Em maio de 2008, Blindness (Ensaio sobre a cegueira) foi o filme de abertura do Festival de Cannes.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
RELATÓRIO DE UM VISITANTE ESPECIAL
Troco de roupa e peço a Deus que continue fortalecendo a minha estrutura humana...
Chamo minha mãe, que está um pouco ansiosa e atrasada. Entramos numa Kombi, para não descer a favela a pé. Aguardamos o ônibus que não demorou e não veio lotado.
Descemos no ponto final do ônibus. Andamos uns quatro ou cinco quarteirões. Minha mãe narra o dia em que foi visitar este meu amigo especial: estava chovendo muito e os carros passavam por cima das poças jogando água em cima dela.
Chegamos ao local da visita. A fila está enorme, a namorada do meu amigo especial estava lá, quase no final da fila, guardando o nosso lugar, mas ela estava lá...Pessoas humildes, mulheres bonitas, sensuais, feias, sofredoras e guerreiras. De duzentas mulheres uns dez homens estavam na fila. Eu percebo que tem uma mulher loira, que está na fila, me olhando. Ela é bonita, sinto-me seduzido por ela, lembro que ali existem regras, que se não forem respeitadas...
Eu sinto calor, muito calor... Levanto a camisa, a loira continua me olhando, abaixo a camisa, ela não me olha mais, está séria.
Demora pra começar a visita. Às vezes me sinto um peixe fora da água, resolvo sentar no chão, relaxar e me igualar àquelas pessoas. Começo a sentir a essência do sofrimento do povo de verdade, interessante... Saem os visitantes do primeiro horário... Alguns choram muito.
- Deve ser a primeira vez deles
Afirma a namorada do meu amigo.
Chegou a nossa hora de visitar. O meu batimento cardíaco aumenta. Não sei se estou ansioso ou com medo.
Vamos nessa! Estrutura humana! Sou revistado, entrego a minha identidade, assino um papel e entro na delegacia... Uma sala pequena, quente, com vários visitantes esperando os seus amigos especiais.
Os presos começam a entrar na sala de visita: eles são velhos, novos, pálidos, negros, brancos, de óculos, cara de bom, cara de mal... Realmente bandido não tem cara.
Meu inconsciente fala alto:
- Que cara pálido
O rapaz me olha. Eu tenho medo. Ele finge que não me vê e beija sua namorada com vigor.
Os presos continuam entrando na sala, aproximadamente uns setenta presos. Os primeiros visitantes que chegaram na fila esperam sentados, os que chegaram depois aguardam em pé. Nós três chegamos depois.
Entra o meu amigo especial... Ele continua bonito, com cara de sono e mais forte. Abraça sua namorada, minha mãe e depois me abraça... Eu nunca tinha valorizado tanto o gesto de abraçar. Sempre gostei de abraçar, mas aquele foi especial.
- Ontem eu fui dormir às quatro da manhã. Conheci o meu defensor público. Preciso dos meus documentos e uma testemunha pra provar que eu sou inocente.
Diz meu amigo suas primeiras palavras da visita.
Troco olhares com a minha mãe e respondo pra ele.
- Fica tranqüilo... E ai? Está feliz com a nossa visita?
- A visita é a alegria do preso.
Ele responde com uma mistura de felicidade e tristeza.
Nós começamos a conversar sobre diversos assuntos: Liberdade, transformação, saudade, amor, sofrimento, fidelidade, família, dinheiro... Eu percebi que o meu amigo fixava-se em três coisas: Advogado, dinheiro e visita.
Eu sinto calor, muito calor. Todos falavam ao mesmo tempo. Minha mãe não parava de suar, aquele lugar parecia que ia explodir. Resolvi levantar a camisa e rapidamente fui interrompido pelo meu amigo com um tapa na minha mão.
- Você tá maluco? Nunca mais faça isso aqui dentro.
Ele me explicou que minha atitude de levantar a camisa seria um desrespeito às mulheres dos presos. Na cadeia existem regras e aqueles que não respeitam...
Olhei para o lado e estava aquela mulher loira, da fila, me olhando, mas agora com o seu namorado, um homem com a cara de mal. Senti medo.
Surge um som estridente de uma sirene.
- Acabou a visita.
Falou meu amigo enquanto abraçava sua namorada e minha mãe.
Os visitantes começam a sair. Toca novamente a sirene. Agora sinto um aperto no coração. Me dá uma vontade de chorar, o meu amigo me abraça e eu falo emocionado:
- Eu te amo, irmão, e nunca vou te abandonar.
As visitantes mulheres começam a sair e os homens têm que aguardarem todos os presos serem revistados. Ficamos uns dez homens aguardando dentro da sala. Somos trancados, eu me sinto um ninguém nesta situação. Me sinto um preso.
Chegam mais presos e passam perto da gente.
-Eles fazem isso que é pra gente nunca mais voltar aqui
Indaga um jovem alto e magricelo. Converso com o meu inconsciente: A transformação existe. Deus existe.
Cinqüenta minutos depois os visitantes liberados. Saio da cadeia e vejo que a liberdade é uma dádiva. Minha mãe e a namorada do meu amigo estavam me esperando. Eu abraço a minha mãe e caminhamos em rumo à vida, que continua e ainda é especial.
Luciano Vidigal