domingo, 20 de dezembro de 2009

Fotos da Mostra de Audiovisual

O diretor do Nós do Morro Guti Fraga com os mestres e fundadores do Núcleo de Audiovisual: Rosane Svartman e Vinicius Reis.


Os diretores do curta-metragem "A Distração de Ivan", Gustavo Melo (esq.) e Cavi Borges, entregaram o prêmio de melhor ator a Rodrigo Costa, recebido no Festival de Canoa Quebrada 2009.




Fotos de Marcello Melo

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Mostra Audiovisual 2009

O Núcleo de Audiovisual do Nós do Morro convida para a

Mostra Audiovisual 2009

Segunda-feira, 14 de dezembro, às 19h
Salão Preto, Casarão do Nós do Morro

Rodrigo Costa em "A Distração de Ivan"
ABERTURA: Exibição do programa Conexões Urbanas - Especial Nós do Morro, produzido pelo Afroreggae, que estréia na próxima sexta-feira, dia 18, no Canal Multishow.

Sessão de curtas-metragens realizados pelos alunos do Curso de Audiovisual:

"264" - Turma 6CP (2008)
"Tudo Pode Mudar" - Turma 3C
"Noite 9.437" - Turma 4C
"O Casarão 2" - Turma 5B
"Moto perpétuo de um fantasma inquieto" - Turma 5CP
"O Vulto" - Turma 1C
Curtas de celular - Turma 4B

Sessão Especial Cavídeo:

"Engano", de Cavi Borges (2008)
"Em Trânsito", de Cavi Borges, com Luciano Vidigal e Sabrina Rosa (2009)
"A Distração de Ivan", de Cavi Borges e Gustavo Melo (2009).
A mais recente produção entre Cavídeo e Nós do Morro.
Recebeu os prêmios de Melhor Filme nos festivais Visões Periféricas 2009/RJ, VI Amazonas Film Festival e Festival de Triunfo 2009/PE (prêmio ABDeC).

E Mais!

Entrega do Prêmio de Melhor Ator no Festival de Canoa Quebrada 2009 a Rodrigo Costa, pela sua atuação no curta-metragem "A Distração de Ivan"

Debate com os realizadores após a exibição


ENTRADA FRANCA

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"264" participa do 2º Festival Favela É Isso Aí

O ator Pierre Santos faz o protagonista de "264"


O filme "264" partcipa da 2ª edição do Festival Favela É Isso, que começa hoje em Belo Horizonte, Minas Gerais.

O curta-metragem é uma produção coeltiva dos alunos da turma 6CP do Curso de Audiovisual do Nós do Morro, e conta a história de um nordestino recém-chegado a uma favela do Rio que se apaixona pela vizinha da janela em frente, na vila 264.

O aluno Alainstair Garcia viaja para Belo Horizonte e representará a equipe e o Grupo Nós do Morro no Festival.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Lucrecia Martel visita o Nós do Morro

Na última quarta-feira, dia 2, o Grupo Nós do Morro recebeu a visita da cineasta argentina Lucrecia Martel.

A diretora está de passagem pelo Rio, onde participa do III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ e do ciclo especial sobre sua obra no Instituto Moreira Salles, e fez questão conhecer o Casarão do Nós do Morro no Vidigal.

Formada em Comunicação, Lucrecia dirigiu alguns curtas-metragens e programas de televisão até receber, em 1999, o prêmio Sundance/NHK Filmaker Award de melhor roteiro para "O Pântano". Com o premio, pôde tirar do papel seu primeiro longa-metragem, que foi lançado em 2001 com boa recepção da crítica e do público, tendo recebido o Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim (para filme mais inovador). No ano de 2008 a Revista Bravo! lançou uma edição especial com 100 Filmes Essenciais, e na 93º posição estava "O Pântano", o único de toda a lista dirigido por uma mulher.

Seus dois filmes seguintes, "A Menina Santa" e "A Mulher Sem Cabeça", tiveram produção executiva dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar, e partciparam da mostra oficial do Festival de Cannes.
Na sua visita ao Nós do Morro, Lucrecia foi acompanhada do roteirista Juan Pablo Domènech, que contribuiu no roteiro de "A Menina Santa", além de Alexandre Mendonça, do projeto CINEAD - Cinema para aprender e desaprender, da UFRJ, do professor de cinema da UFF Fabián Nuñez e do ator Diego Esteve. Eles conversaram com os integrantes do Nós sobre a formação e o trabalho do grupo, e assistiram à montagem de "Romeu e Julieta", exercício de final de ano da turma 4B, dirigido pela professora Fátima Domingues.

A cineasta Lucrecia Martel

Luciano Vidigal e Lucrecia Martel

Lucrecia com a diretora do Nós do Morro Zezé Silva

Lucrecia com a conterrânea Julia, voluntária no Nós do Morro

O diretor do Nós do Morro Guti Fraga diverte o grupo


A partir da esquerda: Manuelle Rosa, Guti Fraga, Luciano Vidigal, Luciana Bezerra, Lucrecia Martel, Juan Pablo Domènech, Diego Esteve, Alexandre Mendonça e Fabián Nuñez.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Caixa Preta no III Encontro de Cinema Negro

O curta-metragem "Caixa Preta", produzido pelo Grupo Nós do Morro e dirigido por Ana Claudia Okuti, está na programação do III Encontro de Cinema Negro. O evento, que acontece até 18 de novembro, tem atividades no Cine Odeon BR, Centro Cultural Justiça Federal, Espaço Tom Jobim, Centro Afro Carioca de Cinema e Tenda na Lapa.

O curta "Caixa Preta" passa amanhã às 19h na Tenda da Lapa, e sábado (dia 14) às 14h no Cine Odeon. No sábado, tem ainda debate com a diretora Ana Okuti e outros realizadores às 9h30:
Seminário Jovens Brasileiros:
Luciano Vidigal e Rodrigo Felha
Ana Claudia
Waldir Xavier
Jeferson De
Anderson Quak
A programação completa está no site: http://www.encontrodecinemanegro.com.br/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NÓS na Universidade

O realizador Gustavo Melo participa nesta quinta-feira de mesa redonda sobre política, cultura e questão social na Universidade Estácio de Sá, no Méier. Gustavo falará sobre a experiência em cinema e audiovisual do Grupo Nós do Morro.

Segue a programação:

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
MESA REDONDA: Política, Cultura e a Questão Social: Estratégias e experiências do trabalho comunitário em contextos de violência no Rio de Janeiro.
Convidados:
Roberto Mosca – Sociólogo e professor UNESA
Alan Brum Coordenador ONG Raizes em Movimento
Gustavo Melo – Grupo Nós do Morro
William de Oliveira – Movimento Popular de Favelas

Quinta-feira, 5 de novembro, às 19h
Campus Millôr Fernandes - Rua Dias da Cruz, 255/3º piso - Méier (Shopping Méier)
Sala 302

CINECLUBE CANCELADO

O cineclube que haveria hoje foi cancelado.
O Núcleo de Audiovisual pede desculpa pelo transtorno.
Assim que possível, agendaremos nova data e divulgaremos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cineclube nesta quarta

O Cineclube Nós do Morro recebe nesta quarta-feira (04/11) às 19h, a pré-estréia do documentário "Cinderelas, lobos e um príncipe encantado", de Joel Zito Araújo. O filme recebeu os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção no Festival Ibero-americano de Cinema de Sergipe (CURTASE 9).
SINOPSE:
Cerca de 900 mil pessoas são traficadas pelas fronteiras internacionais a cada ano exclusivamente para fins de exploração sexual. Entretanto, apesar de todos os perigos, jovens mulheres brasileiras ao entrar no mundo do turismo sexual acreditam que vão mudar de vida e sonham com o seu príncipe encantado. Uma minoria até consegue encontrar um grande amor e casar. O filme vai do nordeste brasileiro a Berlim buscando entender os imaginários sexuais, raciais e de poder das jovens cinderelas do sul e dos lobos do norte.
Duração: 108 minutos
Após a exibição, haverá debate com o diretor Joel Zito.
LOCAL: Casarão Nós do Morro (Salão Preto) - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal
ENTRADA FRANCA

sábado, 10 de outubro de 2009

Imagens da Sessão no Vidigal

Na última terça-feira a criançada fez a festa no Vidigal. Durante a Sessão Livre do Festival do Rio foram exibidos os filmes "Picolé, Pintinho e Pipa", produzido pelo Nós do Morro e dirigido por Gustavo Melo, e "O Grilo Feliz 2". A sessão ficou ainda mais gostosa com a distribuição gratuita de pipoca e refrigerante, uma iniciativa do Grupo Nós do Morro que só foi possível graças á colaboração de seus parceiros.
A criançada fez fila para ganhar pipoca e refigerante



A atriz Roberta Rodrigues distribui pipoca


A tela é montada: poucos minutos para o momento mágico


O curta "Picolé, Pintinho e Pipa", que foi filmado no Vidigal



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sessão de cinema no Vidigal


Acontece nesta terça-feira, 6 de outubro, a Sessão Cinema Livre no Vidigal, uma parceria do Festival do Rio com o Grupo Nós do Morro e a Associação de Moradores do Vidigal.

O evento, gratuito, será apresentado pelos atores Jonathan Haagensen e Roberta Rodrigues, e os os 100 primeiros ganham pipoca e refrigerante.

PROGRAMAÇÃO:

Data: 06 de outubro de 2009 (terça-feira)
18h30 - Picolé, Pintinho e Pipa (produção Nós do Morro) e O Grilo Feliz 2
20h - Asterix nos Jogos Olímpicos
Local: Praça do Vidigal (ponto dos ônibus 521 e 522)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Muita emoção na visita de Jeanne

A diva Jeanne Moreau visitou o Casarão do Nós do Morro no último domingo, 27 de setembro, acompanhada do cineasta e amigo Cacá Diegues. Foi um dia de muita emoção tanto para atriz quanto para a família Nós do Morro. Seguem imagens.

Chegada no Casarão Nós do Morro (Foto: Luciana Bezerra)

Jeanne, com Cacá e Guti Fraga, assiste à apresentação de boas-vindas (Foto: Arthur Sherman)

Jeanne recebe presentes e o carinho da família Nós do Morro
(Foto: Arthur Sherman)

Jeanne compartilha as experiências da carreira de atriz
(Foto: Arthur Sherman)

Em homenagem recebida na segunda-feira (28/set), na Maison de France, Jeanne reafirmou a alegria de ter visitado o Nós do Morro, e prometeu voltar em breve para filmar no Brasil.
"De Cacá Diegues sobre Jeanne Moreau: "Estive presente ao lado da Jeanne nas homenagens feitas a ela quinta-feira na abertura do Festival, de sexta, no Morro do Vidigal, pelo grupo Nós do Morro, e agora na Maison. E eu tenho certeza que ela, acostumada a receber tantas homenagens pelo mundo afora, só se emocionou realmente dessa vez com o grupo de jovens cineastas do Nós do Morro."

De Jeanne Moreau, encantada com o Nós do Morro, do Vidigal: "Antes que se complete um ano vou voltar ao Rio para um projeto que eu tenho com Cacá Diegues, escrever um roteiro para o pessoal do Nós do Morro realizar o filme. E vou voltar com um co-produtor francês e o equipamento para fazer o filme; faltara só o co-produtor brasileiro."
Aspas da coluna de Claude do Amaral Peixoto

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CINECLUBE AMANHÃ


O Cineclube Nós do Morro exibe amanhã o filme "Joana Francesa", dirigido por Cacá Diegues, com a musa Jeanne Moreau.

Quando? Terça-feira, 29 de setembro, às 19h em ponto
Onde? Salão Preto do Casarão do Nós do Morro
(Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal)


JOANA FRANCESA
(Brasil, 1973)
Diretor: Cacá Diegues
Duração: 113 min
Em 1930, Jeanne é a dona de um prostíbulo em São Paulo. Um cliente alagoano, apaixonado por ela, a leva para sua fazenda de cana-de-açúcar onde Jeanne entra em contato com costumes que acabam por arrebatá-la a um mundo ético e cultural que nunca havia conhecido antes. Ela acaba assumindo a liderança da família, em plena decadência. "Joanna Francesa" possui a emocionante e antológica trilha sonora de Roberto Menescal e Chico Buarque.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Domingo, 27/09/09 - Jeanne Moreau sobe o Vidigal em visita ao Nós do Morro

O Nós do Morro recebe neste domingo a ilustre presença da grande dama do cinema, Jeanne Moreau. A atriz sobe o Vidigal para compartilhar com os alunos do Nós experiências de seus 60 anos de carreira. O evento é gratuito e aberto ao público em geral.

Segue a programação:

14h - Sessão de documentário sobre a vida da atriz

16h - Diálogos Nós do Morro com Jeanne Moreau e Carlos Diegues


Endereço: Casarão Nós do Morro - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54 - Vidigal

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Mostra Especial Jeanne Moreau

No Ano da França no Brasil, nosso país recebe a visita da grande dama do cinema mundial, Jeanne Moreau, convidada de honra do Festival do Rio.
Para homenagear a atriz francesa, o Nós do Morro preparou uma mostra especial.
De 24 a 29 de setembro, serão exibidos no Casarão do Nós do Morro alguns dos seus filmes que fizeram história.

PROGRAMAÇÃO

Sala de Reunião:

24 de setembro (quinta-feira)
10h às 12h – Ascensor para Cadafalso (Louis Malle, 1957)
18h às 20h – Os Incompreendidos (François Truffaut, 1959)

25 de setembro (sexta-feira)
14h às 16h – O Processo (Orson Welles, 1962)
18h às 20h – Jules e Jim (François Truffaut, 1962)

28 de setembro (segunda-feira)
11h às 13h – Jules e Jim (François Truffaut, 1962)
14h às 16h – Os Incompreendidos (François Truffaut, 1959)
18h às 20h - O Processo (Orson Welles, 1962)
Salão Preto:
Cineclube Nós do Morro
29 de setembro, terça-feira, às 19h.
Exibição do filme “Joana Francesa”, de Cacá Diegues

Apoio: Cavídeo, Luz Mágica e Consulado Geral da França no Rio de Janeiro

SINOPSES DOS FILMES:

ASCENSOR PARA O CADAFALSO
(França, 1957)
Diretor: Louis Malle
Duração: 88 minutos
Florence ama Julien Tavernier e não ao seu marido, Simon Carala, homem rico e totalmente dedicado a seus negócios. Os amantes planejam o crime perfeito: Julien cria um álibi incontestável, assassina Simon Carala e faz seu ato criminoso parecer um suicídio. Mas, o destino intervém e Julien fica preso dentro do elevador - e o porteiro desliga a chave da corrente elétrica. Enquanto tenta escapar do interior do elevador, um casal de namorados rouba seu carro e mata dois turistas alemães. A partir daí, Julien é procurado pelo homicídio que não cometeu.

OS INCOMPREENDIDOS
(França, 1959)
Direção: François Truffaut
Duração: 100 minutos
Os Incompreendidos mostra o travesso adolescente Doinel em Paris. Mal amado pelos pais, ele causa problemas na escola e comete pequenos atos de delinqüência em busca de atenção.

JULES E JIM
(França, 1962)
Direção: François Truffaut
Duração: 105 minutos
Dois amigos, o francês Jim e o alemão Jules, vivem a efervescência das artes e da boemia na Paris da belle époque quando conhecem uma mulher por quem logo se apaixonam: Catherine. O triângulo se estende alegre e despreocupadamente, até que Catherine resolve casar com Jules - ainda que mantendo o relacionamento com Jim. Mas as coisas já não são como antes e, para aumentar o distanciamento, surge a Segunda Guerra.

O PROCESSO
(França / Alemanha / Itália, 1962)
Direção: Orson Welles
Duração: 119 minutos
Joseph K. é um homem reservado, que vive na pensão da senhora Grubach e se dá bem com todos os demais moradores do local. Um dia ele é acordado por um inspetor de polícia, que lhe informa que está preso, mas não o leva sob custódia. Durante o processo Joseph segue com suas atividades normais, tendo apenas que ficar à disposição das autoridades a qualquer hora do dia. Incomodado por não saber do que está sendo acusado, ele decide investigar em busca de uma resposta.

JOANA FRANCESA
(Brasil, 1973)
Diretor: Cacá Diegues
Duração: 113 min
Em 1930, Jeanne é a dona de um prostíbulo em São Paulo. Um cliente alagoano, apaixonado por ela, a leva para sua fazenda de cana-de-açúcar onde Jeanne entra em contato com costumes que acabam por arrebatá-la a um mundo ético e cultural que nunca havia conhecido antes. Ela acaba assumindo a liderança da família, em plena decadência. "Joanna Francesa" possui a emocionante e antológica trilha sonora de Roberto Menescal e Chico Buarque.

Guti Fraga recebe Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto

Guti Fraga, um dos diretores fundadores do Grupo Nós do Morro, receberá nesta quarta-feira uma homenagem pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro: O Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto.
"A Medalha de Mérito Pedro Ernesto é a mais importante comenda do município do Rio de Janeiro, entregue pela Câmara Municipal àqueles que mais se destacam na comunidade brasileira".
A cerimônia acontecerá hoje às 18:30h no Plenário Teotônio Villela, Palácio Pedro Ernesto. Endereço: Praça Floriano, s/n., Cinelândia - RJ.
Devido à importância do evento, hoje as atividade no Casarão estarão suspensas a partir das 15:30h.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nós selecionado no Rumos Itaú Cultural

A cineinstalação "Travelling Zona Norte", idealizada por Gustavo Melo e produzida por Luciana Bezerra e Manuelle Rosa, foi selecionada na categoria Eventos Multimídia do programa Rumos Itaú Cultural / Cinema e Vídeo- Linguagens Expandidas [2009-2011]
"Travelling Zona Norte" é um olhar poético e experimental sobre o subúrbio do Rio de Janeiro. Através de imagens produzidas nos lugares percorridos pela linha do trem, o público visita a Zona Norte do Rio, região que carece, entre outras coisas, de registro audiovisual da sua cultura. A cineinstalação utiliza em sua montagem ferramentas da técnica cinematográfica, como travellings e projetores.
A montagem deve ocorrer em meados de 2010 no Itaú Cultural em São Paulo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Caixa Preta no Curta Cabo Frio

O filme "Caixa Preta", de Ana Claudia Okuti, concorre na mostra de curtas digitais do 3º Curta Cabo Frio. O festival começou nesta quinta-feira e vai até 13 de setembro. Participam ainda desta edição do dcoumentário "Vidigal" e o curta "A Distração de Ivan", ambos dirigidos por Cavi Borges e Gustavo Melo.
A programação completa pode ser encontrada no site do festival: http://www.festivalcurtacabofrio.com.br/

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cineclube amanhã: PACHAMAMA


Na edição desta quarta-feira, o Cineclube Nós do Morro traz o documentário "Pachamama", de Eryk Rocha. O diretor fará uma pré-estréia especial do seu terceiro longa-metragem no Casarão do Nós do Morro.

Pachamama - que significa para os indígenas andinos "mãe-terra" e designa a deusa agrária dos camponeses - narra a viagem do cineasta através da floresta brasileira em direção ao Peru e à Bolívia, onde encontra a realidade de povos historicamente excluídos do processo político de seus países e que, pela primeira vez na história, buscam uma participação efetiva no seu próprio destino.

Quando? Quarta-feira, 26 de agosto, às 19h30
Onde? Salão preto do Casarão Nós do Morro - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal
Sessão seguida de debate com a presença do diretor

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

NPD é inaugurado em Niterói

Com as presenças do Secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, e do gestor do CTAv, Gustavo Dahl, foi inaugurado na última sexta-feira (14) o Núcleo de Produção Digital em Niterói. O Núcleo faz parte do Programa Olhar Brasil, da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, e o projeto para geração deste espaço foi concebido através de uma parceria entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Niterói o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Universidade Federal Fluminense e a PUC-Rio
O Grupo Nós do Morro, representado pela Luciana Bezerra, integra o Comitê Gestor. O endereço é Avenida Rui Barbosa, 388, São Francisco, Niterói.

Para ver a programação do Núcleo, clique aqui.
Mais informações sobre o Programa Olhar Brasil podem ser encontradas no site http://olharbrasil.cultura.gov.br/

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

É NÓS em Gramado

O Grupo Nós do Morro participa da 3ª edição do Cine Social no Gramado Cine Vídeo, que começa amanhã. Serão exibidos três curtas produzidos recentemente pelo Núcleo de Audiovisual: "264", exercício da turma 6CP (2008), "O Casarão", exercício da turma 3C (2008) e "Caixa Preta", escrito e dirigido por Ana Claudia Okuti, ex-aluna do Núcleo de Audiovisual e hoje multiplicadora. Ana será a nossa representante no festival.
Cacá Diegues também passa por lá para apresentar o making of do projeto "5 x favela - Agora por nós mesmos" e receber o I Trofeu Betinho, que a partir desta edição o Cine Social concederá a uma personalidade ou entidade de destaque no engajamento em questões sociais.
Mais informações sobre o Cine Social podem ser encontradas aqui.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Exposição Nós do Morro 20 anos

Na última quinta-feira, dia 30, foi lançado no Espaço Furnas Cultural, em Botafogo, o livro "Nós do Morro 20 anos", escrito pela jornalista Martha Porto, que narra a trajetória do Grupo fundado em 1986 no Vidigal.
Até o dia 13 de setembro, o público pode conferir a Exposição Comemorativa Nós do Morro 20 anos, que traz acervo de fotos e textos sobre o Grupo, além de cenografia assinada por Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque. A programação inclui ainda, às quintas-feiras, uma Mostra de Filmes realizados pela e/ou sobre a entidade, sendo em sua maioria produções do Núcleo de Audiovisual Nós do Morro.

SERVIÇO
Endereço: Espaço Furnas Cultural
Rua Real Grandeza, 219 - Botafogo

EXPOSIÇÃO Nós do Morro 20 anos
Terça a sexta, das 14h às 18h.
Sábado, domingo e feriado: das 14h às 19h.

MOSTRA DE FILMES
Quintas-feiras, 06 de agosto a 10 de setembro

Programa 1 - 06 de agosto, das 12h às 14h
Testemunho Nós do Morro (doc, 23 min)
Mostra de Teatro 2007 (doc, 7 min)
Trailer dos filmes do Núcleo de Audiovisual (5 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Clipe da peça "Os Dois Cavalheiros de Verona" (14 min)

Programa 2 - 13 de agosto, das 18h às 20h
Memórias Nós do Morro (doc, 47 min)
Clipe da peça "Burro sem rabo" (14 min)
Eu Gorette (doc, 3 min)
Decamão (ficção, 4 min)
A menina da porteira (ficção, 4 min)
Eu sou tudo o que vejo (doc, 3 min)
Neguinho e Kika (ficção, 17 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)

Programa 3 - 20 de agosto, das 12h às 14h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Making of da peça "Sonho de Uma Noite de Verão" (8 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
A Tangerina do Vidigal (5 min)
Jeito Brasileiro de Ser Português (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)

Programa 4 - 27 de agosto, das 18h às 20h
Testemunho Nós do Morro (doc, 23 min)
Neguinho e Kika (ficção, 17 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)
Picolé, pintinho e pipa (ficção, 15 min)
Clipe da peça "Os Dois Cavalheiros de Verona" (14 min)

Programa 5 - 03 de setembro, das 12h às 14h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Clipe da peça "Machado a 3x4" (10 min)
Luzanira Rocha (doc, 5 min)
Omelete (ficção, 5 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Um leão por dia (ficção, 5 min)
Picolé, Pintinho e Pipa (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)

Programa 6 - 10 de setembro, das 18h às 20h
Institucional Nós do Morro (doc, 5 min)
Making of da peça "Sonho de uma Noite de Verão" (8 min)
Frente e verso: contraste de uma cidade de ferro (13 min)
Sala Cela (ficção, 10 min)
Mostra de Teatro 2007 (ficção, 7 min)
Caixa Preta (ficção, 18 min)
Mina de Fé (ficção, 15 min)
Picolé, pintinho e pipa (ficção, 15 min)
Hércules - É uma luta danada! (doc, 8 min)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Caixa Preta no Cine Cufa - VAMOS VOTAR!

Nesta quarta-feira, dia 8 de julho, haverá exibição do filme Caixa Preta, de Ana Claudia Okuti, produzido pelo Nós do Morro. O filme concorre na categoria júri popular, por isso não deixem de votar!!! A entrada é gratuita.

Dia 8 de julho / quarta-feira
1º SESSÃO – 12h30
Caixa Preta
(Rio de Janeiro-RJ / Brasil) Nós do Morro – Ficção – 17’30”
O filme conta a história de um jovem de uma comunidade do Rio de Janeiro, que por dificuldades econômicas e incentivado pela avó, resolve arrumar um emprego. Porém, eles não esperavam que uma “Caixa Preta” modificasse o caminho das coisas, transformando a esperança em uma triste realidade.

Direção, Roteiro e Produção: Ana Cláudia Okuti
Edição: Alessio Slossel
Fotografia: Alessio Slossel e Arthur Sherman
Local: Sala de Cinema CCBB

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Cacá Diegues fala sobre o projeto "5 x Favela"

Começaram no último dia 29 as filmagens do projeto Cinco vezes favela, agora por nós mesmos. Idealizado pelo cineasta Cacá Diegues, o projeto é inspirado no longa-metragem Cinco Vezes Favela, de 1961, um dos marcos inaugurais do Cinema Novo Brasileiro, no qual Diegues dividiu a direção com Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges.
Na entrevista concedida a Luciano Vidigal, Cacá fala um pouco sobre a nova versão do projeto, que está sendo realizado por jovens moradores de favelas.


Qual foi o ponto de partida para o projeto Cinco Vezes Favela?
Depois de mais de uma década de contatos com organizações culturais de favelas cariocas, iniciados com o filme Veja esta canção (1993), tive a idéia de produzir uma nova versão do Cinco Vezes Favela de 1961, um formato criado pelo Centro Popular de Cultura da UNE, sob inspiração de Leon Hirszman. Só que, agora, em vez dos cinco universitários de classe média que o fizeram no passado, os cinco episódios seriam escritos e totalmente realizados por jovens cineastas moradores de favelas cariocas. Dessa vez, o filme se chamaria Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos.
Assim que tive a idéia, eu e Renata Magalhães, minha sócia na produtora Luz Mágica, montamos cinco oficinas de roteiro em cinco comunidades do Rio, com o apoio de organizações locais: em Cidade de Deus (com a Central Única de Favelas - CUFA), Vidigal (com o Nós do Morro), Complexo da Maré (com o Observatório de Favelas), Parada de Lucas (com o Grupo Cultural AfroReggae) e na Linha Amarela (com o Cinemaneiro/Cidadela), e com o patrocínio da Globofilmes. Os alunos de cada oficina escolheram os argumentos pelo voto e depois desenvolveram coletivamente os roteiros.

Fale um pouco sobre o processo das oficinas de preparação técnica.
As oficinas de preparação técnica duraram sete semanas, com uma aula inaugural do “mestre inaugural” Nelson Pereira dos Santos. 603 jovens moradores de favelas se inscreveram para essas oficinas, mas só foi possível atender a pouco mais de 200, devido aos recursos disponíveis e à viabilidade prática das aulas. Os selecionados escolheram as áreas de sua preferência (produção, direção, fotografia, arte, edição, finalização, interpretação) e começaram a ter aulas diárias, incluindo sábados e domingos, com professores como Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Dib Lutfi, Camila Amado, Guto Graça Mello, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e muitos outros. Além das aulas regulares, os alunos tiveram à sua disposição uma sala de projeção e computadores para que vissem os filmes indicados pelos professores e outros de seu interesse pessoal, de um acervo que pusemos a seu alcance, através de acordo com a Cavídeo. As oficinas foram realizadas na sede da Rio Filmes, nossa parceira no projeto.
Toda segunda feira, todos os alunos se reuniam para uma palestra coletiva, uma troca de experiências com algum profissional do cinema brasileiro. Eles ouviram Manoel Rangel (presidente da Ancine, sobre A gestão do cinema brasileiro), Cesar Charlone (diretor de fotografia de Cidade de Deus e Ensaio sobre a cegueira, a propósito de “A imagem cinema tográfica”), Daniel Filho (diretor de cinema e TV, com o tema “Cinema e televisão”), João Moreira Salles (o mais importante documentarista brasileiro, falando sobre “Técnica e ética do documentário”), Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus, O jardineiro fiel e Ensaio sobre a cegueira, abordando “A ficção cinematográfica”) e Walter Salles (diretor de Central do Brasil, analisando o “Cinema contemporâneo”).


Quando começam as filmagens?
A filmagem começará no dia 29 de junho. Os cinco episódios serão realizados em seis semanas, consecutivamente um ao outro. A produtora do filme é a Luz Mágica, com produção de Renata Magalhães, coordenação geral de Carlos Diegues, co-produção da Rio Filme e Globofilmes, apoio da TeleImage, Videofilmes e Quanta, e patrocínio, através das leis de incentivo, do BNDES, Light, LAMSA (Linhas Amarelas) e MMX (Eike Batista). O filme deve estrear no fim do ano, em todo o Brasil, distribuído pela Sony/Columbia.

Qual a finalidade destes jovens envolvidos nas oficinas?
Não estamos preparando apenas mão de obra para o mercado de trabalho formal do cinema brasileiro, mas também treinando esses jovens cineastas para que se tornem porta-vozes deles mesmos, como agentes e testemunhas da vida em suas comunidades. O que eles têm a dizer e o modo de dizê-lo devem ter uma grande contribuição à linha evolutiva do cinema brasileiro.

Você acredita que essa galera proveniente de comunidades e favelas pode trazer algo novo para o nosso cinema?
Se não acreditasse nisso, não estaria promovendo esse projeto. Esse é o ponto central de Cinco vezes favela, agora por nós mesmos: se integrar à economia formal do cinema brasileiro, trazendo com ele uma contribuição transformadora.

Que critério você usou para escolher os diretores dos episódios?
Os diretores foram escolhidos ao final das oficinas de roteiro, em função de seu aproveitamento nelas e do currículo de cada um em seu trabalho audiovisual. Eu já estava acostumado a ver os filmes deles e sabia o que cada um poderia realizar neste novo projeto. Procuramos também entregar a direção de cada filme, na medida do possível, àqueles que estivessem de algum modo ligados ao roteiro escolhido e desenvolvido em cada comunidade.

Qual a importância da favela no cinema?
Acho que a pergunta mais correta seria a inversão dessa: qual a importância do cinema na favela? Acho que é antes de tudo a integração de seus moradores na sociedade brasileira, gozando de todos os seus direitos de cidadão, inclusive a oportunidade que o resto da população possa ter. Uma integração a partir da interpretação da favela pelos seus próprios moradores, capazes de olhar para essas comunidades com um olhar original e pertinente, livre dos preconceitos do resto da sociedade. Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos é um assalto, uma invasão do centro pela margem, através do cinema.

Você acredita que um dia o cinema se torne uma arte popular e de acesso para todos?
Acho que, com as novas tecnologias, estamos caminhando cada vez mais rapidamente para isso. Lembro-me de Francis Ford Coppola afirmando, na época de Apocalipse Now, que o cinema só seria uma grande arte, merecedora do respeito que as outras têm, no dia em que um jovem filho de operário fizer um filme, desses realizados no fim de semana, e descobrirmos que ele é um Giotto ou um Mozart.

Quais são suas expectativas?
Completar a produção de Cinco Vezes Favela, agora por nós mesmos, ajudando a cada um de seus realizadores a fazer, da melhor maneira possível, aquilo que eles desejam expressar. O filme é deles.




OS 5 EPISÓDIOS:

Arroz com feijão, argumento de Zezé da Silva; direção de Rodrigo Felha e Cacau Amaral. Wesley tem 12 anos de idade e sonha dar ao pai, que só come diariamente arroz com feijão, um presente de aniversário inusitado: uma refeição de frango.
Cacau Amaral (36 anos) - Teve várias experiências com audiovisual na CUFA (Central Única da Favelas), incluindo institucionais, curta metragens e videoclipes. Além de seu trabalho com cinema, Cacau, morador de Caxias, também é rapper.
Rodrigo Felha (29 anos) - Mora na Cidade de Deus e vem participando de diversas produções audiovisuais com a CUFA. Foi câmera e editor do documentário “Falcão, Meninos do Tráfico”. Trabalha com Cacau Amaral desde 2003, quando realizaram o clipe “Ataque Verbal”, de MV Bill.


Deixa voar, argumento e direção de Cadu Barcellos. A pipa de Flávio, de 17 anos, cai na favela de uma facção do tráfico rival à da sua comunidade; obrigado a ir recuperá-la, ele descobre que as duas comunidades não são em nada diferentes uma da outra.
Cadu Barcelos (22 anos) - Integrante do grupo Observatório de Favelas, no Complexo da Maré, Cadu Barcelos é autor do argumento do curta Deixa Voar – única trama a abordar a questão do tráfico em Cinco Vezes Favela – Agora por eles mesmos. Aluno do curso de Audiovisual na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Cadu guarda a experiência de já ter dirigido um curta para o Canal Futura.

Concerto para violino, argumento de Rodrigo Cardozo da Silva; direção de Luciano Vidigal. Jota, Pedro e Márcia cresceram juntos, numa mesma comunidade; quando crianças, eles fizeram um juramento de amizade que, agora adultos com diferentes destinos, não têm mais como cumprir.
Luciano Vidigal (29 anos) - Aluno há dezessete anos do grupo Nós do Morro, o ator e diretor Luciano Vidigal foi escolhido para dirigir o curta Concerto para violino, cujo roteiro foi desenvolvido pelos alunos da ONG Afroreggae. No currículo, Luciano traz a direção do premiado curta Neguinho e Kika, que recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Marseille (França).

Fonte de renda, argumento de Vilson Almeida de Oliveira; direção de Manaíra Carneiro e Wavá Novais. Maicon realiza seu sonho de passar no vestibular de Direito, mas agora precisa arranjar dinheiro para pagar seus estudos, livros e cadernos.
Manaíra Carneiro (21 anos) - Moradora de Higienópolis, Manaíra teve sua primeira experiência com cinema no curso do Cinemaneiro em 2002. Aluna da Escola Técnica de Audiovisual, a jovem cineasta fez o curso Geração Cultura, no qual produziu vídeos para a TV Futura. Com a experiência de quem, mesmo tão nova, já contabiliza a direção de seis curtas e está dirigindo o curta-metragem Café Sem Chantilly, com o grupo Cinemaneiro.
Wagner Novais (25 anos) - Estudante de Cinema da Universidade Estácio de Sá, Wagner Novais é morador da Taquara. Participou de diversas produções na Universidade e no grupo Cinemaneiro, onde dirigiu três filmes em vídeo. A direção do episódio Fonte de Renda será sua primeira experiência com película.

Acende a luz, argumento e direção de Luciana Bezerra. Na véspera do Natal, o morro está sem luz e os técnicos chamados não conseguem resolver o problema, até que um dos técnicos se torna refém da comunidade que não quer passar o Natal às escuras.
Luciana Bezerra (34 anos) - Uma das coordenadoras do grupo Nós do Morro, a atriz e cineasta Luciana Bezerra trabalha há 14 anos no setor audiovisual. Como diretora, realizou cinco curtas, entre eles Mina de Fé, Hércules e Sebastião. Em Cinco vezes favela, agora por eles mesmos, Luciana é argumentista e diretora do curta Acende a luz, roteirizado pela oficina do grupo Nós do Morro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

1ª SeAmostra

Começa hoje, no Jardim Botânico, a primeira edição da "SeAmostra - O cinema que você nunca vê", mostra produzida por Paula Fiuza e Tatiana Saback que exibe filmes que não são facilmente encontrados no grande circuito. Dois filmes produzidos pelos Nós do Morro fazem parte da programação: "Neguinho e Kika", de Luciano Vidigal, e "Picolé, Pintinho e Pipa", de Gustavo Melo.
Haverá ainda uma exposição de fotografias com o tema "Olho Carioca". Além do trabalho de fotógrafos convidados, o público poderá expor suas próprias fotos no local.
Hoje tem festa de abertura somente para convidados, e amanhã o evento abre para o público, com entrada gratuita.
Endereço: Rua Jardim Botânico, 1008 - Sala de cinema localizada no Centro de Visitantes

PROGRAMAÇÃO

Dia 04/07 - Sábado
14:30h - “Neguinho e Kika” - de Luciano Vidigal
15:00h - “Elke” - de Julia Rezende
15:30h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
16:00h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:30h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
17:00h - “De Braços Abertos” - de Bel Noronha
18:00h - “Blackout” - de Daniel Rezende
18:30h - “Ladrões de Cinema” - de Fernando Campos
20:30h - "É Simonal" - de Domingos Oliveira

Dia 05/07 - Domingo
15:00h - “Picolé, Pintinho e Pipa” - de Gustavo Melo
15:30h - “A Cidade e o Poeta” - de Luelane Corrêa
16:00h - “A Lira do Delírio” - de Walter Lima Jr.
18:00h - "Antes de Dormir" - de Claudia Mele
18:30h - “Só Dez por Cento é Mentira” - de Pedro Cezar
20:00h - “Todas as Mulheres do Mundo” - de Domingos Oliveira

quarta-feira, 1 de julho de 2009

NÓS em festivais

O curta Caixa Preta, realizado por Ana Claudia Okuti, participa do Cine Cufa 2009, com exibição no dia 8 de julho no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio.
http://www.cinecufa.com.br/

E seguindo na sua maratona de festivais, o curta "A Distração de Ivan", dirigido por Cavi Borges e Gustavo Melo, será exibido no Cineme-se, Festival da Experiência do Cinema, entre 14 e 19 de julho na cidade de Santos, SP. http://sites.unisanta.br/cineclube/cinemese
O curta também participa da segunda edição do Festival de Triunfo, que acontece de 2 a 7 de agosto no Sertão do Pajeú, em Pernambuco.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Cinema francês contemporâneo


Começa nesta sexta-feira (dia 19) o PANORAMA DO CINEMA FRANCÊS 2009. A mostra apresenta nove produções recentes do cinema feito na França, com sessões seguidas de debates com os diretores e atores dos filmes.

A programação variada inclui os dramas "Horas de Verão", de Olivier Assayas e "Há tanto tempo que te amo", de Phillippe Claudel, a comédia dramática "Paris", de Cédric Klapisch, a comédia "OSS 117, Rio né répond plus", de Michel Hazanavicius, o musical "Faubourg 36", de Christophe Barratier, e o thriller policial que abre o Panorama "Mesrine - O inimigo público, primeira parte", de Jean-Farnçois Richet, vencedor de 3 Césars 2009 (Ator para Vincent Cassel, Direção e Som).

O evento, que vai até quinta-feira (25/06), ocupa os cinemas do Odeon Petrobras, na Cinelândia, e Espaço de Cinema, em Botafogo, com ingressos a R$ 12 (R$ 6 para estudantes).

Uma ótima oportunidade para ver o que há de novo no cinema francês, além de bater um papo com artistas como Vincent Cassel, Gilles Lelouch, Cédric Klapisch e Jean-François Richet.

A programação completa pode ser acessada no site do evento: http://www.panoramadocinemafrances.com.br/programacao.html

terça-feira, 16 de junho de 2009

cineclube AMANHÃ!!!!!

Nesta quarta-feira (dia 17) acontece mais uma edição do Cineclube Nós do Morro, com a presença de Eduardo Cerveira, diretor do Festival Internacional de Cinema Feminino e programador de diversos festivais. Cerveira fará uma seleção especial de curtas para o nosso cineclube.

ANOTE AÍ!

O quê? Cineclube Nós do Morro com Eduardo Cerveira
Quando? Quarta-feira, dia 17 de junho
Que horas? Às 19h30
Onde? Casarão do Nós do Morro (salão preto) - Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal

Foto do curta belga "26.4", direção de Nathalie André, vencedor do prêmio de melhor curta do FEMINA 2009. O filme será exibido amanhã no Cineclube Nós do Morro.

domingo, 14 de junho de 2009

"Distração" premiado

O curta-metragem "A distração de Ivan", uma produção do Nós do Morro e Cavídeo, dirigido por Gustavo Melo e Cavi Borges, recebeu na última sexta-feira, dia 12, o prêmio de Melhor Montagem (Fernanda Teixeira) no FAM - Florianópolis Audiovisual do Mercosul.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

+ CINE pra NÓS!

O Grupo Nós do Morro foi um dos 100 contemplados do Edital Cine Mais Cultura 2008, do Ministério da Cultura. Receberemos um kit com equipamento para exibição, programas da Programadora Brasil e uma câmera filmadora para registro dos encontros, incrementando ainda mais o nosso cineclube, que a partir da implantação do Cine Mais Cultura terá sessões semanais.
O resultado completo do edital pode ser acessado aqui: http://www.cinemaiscultura.org.br/

quarta-feira, 27 de maio de 2009

NÓS em Paris

Os documentários Eu Gorette, Tangerina do Vidigal e Hércules, produzidos pelo Núcleo de Audiovisual Nós do Morro, fazem parte da programação da 2ª edição do Festival NOSSAS NOVAS de documentário brasileiro independente em Paris, que tem início no próximo dia 7. Mais detalhes sobre o evento podem ser vistos no site http://www.nossasnovas.fr/v2/index.php

terça-feira, 26 de maio de 2009

Entrevista a Fernando Meirelles - por Cavi Borges e Luciano Vidigal

Divulgação
Seu pai é médico gastroenterologista e viajava com razoável freqüência para a Ásia e a América do Norte, entre outras regiões do mundo, o que fez com que Fernando Meirelles mantivesse contato com diferentes culturas e locais, acompanhando o pai. Aos 12 anos de idade, foi presenteado com uma câmera de filmar, e esse passatempo nunca mais foi abandonado. Cursou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo durante a década de 1980. Elaborou seu trabalho de graduação na forma de um filme, diferentemente dos tradicionais projetos preparados por outros graduandos: viajou ao Japão e comprou um equipamento de vídeo profissional para preparar o trabalho. Apresentou-o e recebeu a nota mínima para graduar-se.

Junto com quatro amigos (Paulo Morelli, Marcelo Machado, Dário Vizeu e Beto Salatini), Meirelles iniciou sua carreira com filmes experimentais. Com o tempo, fundaram uma produtora independente: Olhar Eletrônico. Posteriormente, novos amigos se uniram ao grupo: Renato Barbiere, Agilson Araújo, Toniko e Marcelo Tas. Em 1982 a produtora levou ao ar programas de televisão sobre atualidades, assim como a série infantil Rá-Tim-Bum, com 180 episódios. Além de obterem uma alta popularidade, também introduziram nos noticiários uma informalidade humorística renovadora.

Nos fins da década de 1980, foi-se interessando cada vez mais pelo mercado publicitário. Em 1990, Meirelles e amigos fecharam a Olhar Eletrônico, abrindo uma empresa de propaganda, a O2 Filmes. Uma década foi o suficiente para que Meirelles se tornasse um importante e dos mais procurados produtores publicitários.

Em 1997, Meirelles leu o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins. Ele tomou a decisão de adaptá-lo ao cinema, o que se concretizou em 2002, e decidiu que os atores que participariam seriam selecionados entre os habitantes das favelas. Numa etapa final, de 400 crianças, chegaram a 200, com quem trabalharam para a produção final do filme. A filmagem foi feita com técnicos profissionais. O filme teve sucesso nacional e internacional. Em 2004, o filme recebeu as indicações ao Oscar de Melhor Diretor, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Roteiro Adaptado.

Em 2006, seu filme O Jardineiro Fiel recebeu quatro nomeações ao Oscar: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem e Melhor Atriz Coadjuvante, no qual a atriz Rachel Weiss foi premiada. Como diretor do filme, Meirelles fez questão de que a trilha sonora fosse baseada na música de países africanos, e grande parte das filmagens foi feita no Quênia. Esse foi o primeiro filme de Meirelles em língua inglesa.

Em maio de 2008, Blindness (Ensaio sobre a cegueira) foi o filme de abertura do Festival de Cannes.

Encontramos Fernando Meirelles num debate sobre cinema e batemos um papo sobre o marco do cinema brasileiro, o filme Cidade de Deus, impressões do cinema, suas referências e seus antigos e novos projetos.

FALE UM POUCO SOBRE O INÍCIO DE SUA CARREIRA
“Comecei fazendo o programa RÁ-TIM-BUM, depois passei para a publicidade que foi uma verdadeira escola para mim. Nesses anos cheguei a fazer cerca de 800 comerciais, onde pude trabalhar com vários fotógrafos diferentes e fazer todos os tipos de filmes que possa existir. Um ótimo exercício pratico de realização onde desenvolvi e aprimorei minha técnica cinematográfica. Enquanto vários diretores filmam de 4 em 4 anos, era obrigado a filmar quase que diariamente e pude testar várias linguagens, enquadramentos, equipes entre outras coisas. Porém, comerciais não ensinam fazer DRAMA e como construir e desenvolver personagens. Tive que aprender isso fazendo filmes.”

E O PROCESSO PARA O CINEMA?
“Apesar de ter lançado primeiro o filme DOMÉSTICAS, considero como meu primeiro filme o CIDADE DE DEUS. Realmente comecei a trabalhar nele primeiro, desenvolvendo o roteiro com o Braulio e começando a correr atrás do dinheiro. Enquanto isso acontecia, acabei filmando o DOMÉSTICAS, que era uma peça de teatro. Aproveitei as mesmas atrizes, o texto, até o cenário, filmando tudo em poucas semanas e gastando quase nada. Voltei para filmar o ‘CDD’ e só depois finalizei o DOMÉSTICAS.”

COMO SURGIU O INTERESSE PARA ADAPTAÇÃO DO LIVRO CIDADE DE DEUS?
“Heitor Dhalia, cineasta, que trabalhava comigo na O2 produtora e me apresentou o livro. Inicialmente não me interessava filmar tiros, favelas e a cidade do Rio que eram universos muito distantes do meu cotidiano. Quando li o livro, mudei de idéia na hora. Sabia que o autor do livro PAULO LINS já tinha propostas de outros diretores para vender os direitos para o cinema. Não hesitei em convidá-lo a vir a São Paulo para convencê-lo que eu era a pessoa certa para fazer esse filme. Depois entreguei o livro para o Bráulio Montovani (roteirista) e falei que aquele seria seu primeiro filme. Depois de ler, Bráulio considerou impossível a tarefa de adaptá-lo. Muitas histórias e muitas situações. Como fazer um filme que mostra tantas situações e tantos personagens. Começamos a destacar as histórias que considerávamos mais interessantes e depois começamos a juntar personagens. O que fez que cada personagem no filme representasse vários personagens do livro.”

REZA A LENDA QUE VOCÊ TIROU DINHEIRO DO BOLSO PARA A RELIZAÇÃO DA PRÉ-PRODUÇÃO DO CIDADE DE DEUS.
“Convidei Walter Salles para ser o produtor do filme. Achava que esse filme interessaria mais lá fora que aqui e sabia que Walter tinha bons contatos e seria a pessoa ideal para vendê-lo. Na época, Walter foi convidado pela Miramax para fazer um filme chamado Redenção da Virgem com Benício Del Toro. Ele topou fazer esse filme desde que a Miramax produzisse também Cidade de Deus e Madame Satã que eram filmes pequenos para os padrões deles. Estava tudo acertado e já estávamos realizando as oficinas com os atores no Rio. Benício Del Toro machucou o dedo e o filme do Walter teria que ser adiado. Porém esse adiamento fez que Walter saísse do projeto e consequentemente a Miramax abandonou os outros filmes (CDD e Madame Satã). Fiquei sem dinheiro e tive que fazer uma coisa que não recomendo a ninguem: peguei todo o meu dinheiro ganho em 20 anos de publicidade e apliquei tudo no filme Cidade de Deus. Mas tarde, com o filme pronto, voltei a Miramax para vender o filme. Tivemos uma reunião fatídica de quase 7 horas mas acabei conseguindo 3 vezes mais dinheiro que eles iriam dar anteriormente.”

OS CRÍTICOS DESTACARAM MUITO A SINGULARIDADE DO ELENCO DO CIDADE DE DEUS. COMO FOI O PROCESSSO?
“Não achava que existiam atores profissionais suficientes com os perfis dos personagens que o filme propunha. Chamamos o Guti Fraga do NÓS DO MORRO para treinar jovens achados em várias comunidades do Rio para fazer os papéis do filme. Foram 7 meses de oficinas. Quase todos não tinham experiência como atores profissionais. Isso acabou sendo um grande acerto no filme. Acabou levando também a um processo de filmagem mais livre, sem marcações e textos decorados fazendo tudo parecer mais realista e crível. Tivemos também a chance de testar enquadramentos, texturas e situações fazendo o curta PALACE II que virou um episódio do BRAVA GENTE BRASILEIRA. César Charlone, o fotógrafo do filme, resolveu testar muita coisa nova e acabou desenvolvendo um processo de finalização da imagem que durou quase 4 meses e que pouco era conhecido aqui no Brasil. Essa finalização digital deu um ‘look’ especial ao filme. Acho também que as participações de Daniel Rezende, o montador, que trazia o frescor e influências de sua origem como DJ e do roteiro do Bráulio, fizeram do filme um espaço de experimentação. Todos eram iniciantes e traziam novas idéias. Demos muita sorte. Tudo foi dando certo e acabou contribuindo com o resultado final do filme.”

MUDOU ALGUMA COISA DEPOIS DO SUCESSO DO FILME?
“Mudou tudo! Uma semana depois da exibição do filme no festival de Cannes, recebi dezenas de roteiros de diversos produtores internacionais. Quase todos os filmes eram relacionados a gangues e histórias de gueto. Fui literalmente atropelado pelo mercado internacional. Acabei desenvolvendo um projeto com César Charlone chamado INTOLERÂNCIA que era filmado em vários países diferentes. Um dia, voltando de visitas de locações na África conheci um produtor inglês que me ofereceu o roteiro do JARDINEIRO FIEL. Gostei do projeto, pois além de ter locações na África, local provável de filmagem do projeto INTOLERÂNCIA, estava muito interessado sobre as leis da indústria farmacêuticas. Uma verdadeira máfia. Queria cutucar essas pessoas com meu filme. Nesse filme, pela primeira vez trabalhei com atores profissionais de cinema. Era uma realidade totalmente diferente. Um grande desafio também, pois teria que dirigi-los em inglês. Enquanto no CIDADE DE DEUS ensaiamos 9 meses, no JARDINEIRO FIEL li o roteiro com Ralph Fiennes apenas duas vezes e foi o suficiente”.

FALE UM POUCO SOBRE O SEU ÚLTIMO TRABALHO BLINDNESS
“Foi mais uma jogada do destino. Tinha lido o livro há muito tempo e resolvi que queria filmá-lo. Seria meu primeiro filme. Procurei Saramago na época que não se interessou em transformar o livro em filme. Anos depois um produtor me ofereceu para fazê-lo. Procurei Saramago para me ajudar a desenvolver o roteiro.Queria muito a sua colaboração. Ele me disse que não queria se meter. Que o filme era meu. O filme teve locações no Canadá, Japão e no Brasil. Filmamos em São Paulo. Queria muito que fosse filmado no Brasil. Acho que uma das minhas missões é tentar internacionalizar o cinema brasileiro. Quero botar o Brasil no circuito internacional. Sempre pensei no Saramago enquanto fazia o filme. Era uma responsabilidade muito grande adaptar esse livro. Quando passou no Festival de Cannes foi uma verdadeira catástrofe. As críticas foram muito duras com o filme. Logo depois fui para Lisboa mostrar o filme para Saramago. Durante a exibição ele não deu uma palavra e não demonstrou uma única reação. Os créditos começaram a subir e ele não falava nada. Quando a luz acendeu, olhei para o lado e ele estava chorando. Tinha adorado e estava emocionado. Respirei aliviado.”

QUAIS SÃO SEUS PROXIMOS PROJETOS?
“Acabei de fazer uma série para a TV GLOBO chamada SOM E FÚRIA. É sobre uma companhia de teatro. Usamos cerca de 100 atores com um texto muito simples e direto. Chamei diretores estreantes para dirigir alguns episódios e fiz a direção geral. Meu próximo filme deve ser uma comédia escrita por Jorge Furtado. Queria muito um dia adaptar para o cinema Grande Sertão: Veredas e tem outro projeto chamado EUMINA, que seria uma grande saga filmada na Costa Oeste da África que mostraria como aconteceu o mercado negreiro com o Brasil. Mostraria o nascimento na tribo africana até a morte no engenho no Brasil.”

ALGUMAS DICAS PARA OS NOVOS CINEASTAS?
“Sejam PRETENCIOSOS! Não reproduzam o que já foi feito. Surpreendam as pessoas com coisas e idéias novas. Eu sempre crio um desafio pra mim e vou atrás dele conquistá-lo. Fazer uma coisa que não sei fazer. Isso me estimula”.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

RELATÓRIO DE UM VISITANTE ESPECIAL

Cinco e trinta da manhã toca o despertador. Eu acordo ansioso e a primeira coisa que penso é: Vou para uma delegacia de policia visitar um amigo especial.
Troco de roupa e peço a Deus que continue fortalecendo a minha estrutura humana...
Chamo minha mãe, que está um pouco ansiosa e atrasada. Entramos numa Kombi, para não descer a favela a pé. Aguardamos o ônibus que não demorou e não veio lotado.
Descemos no ponto final do ônibus. Andamos uns quatro ou cinco quarteirões. Minha mãe narra o dia em que foi visitar este meu amigo especial: estava chovendo muito e os carros passavam por cima das poças jogando água em cima dela.
Chegamos ao local da visita. A fila está enorme, a namorada do meu amigo especial estava lá, quase no final da fila, guardando o nosso lugar, mas ela estava lá...Pessoas humildes, mulheres bonitas, sensuais, feias, sofredoras e guerreiras. De duzentas mulheres uns dez homens estavam na fila. Eu percebo que tem uma mulher loira, que está na fila, me olhando. Ela é bonita, sinto-me seduzido por ela, lembro que ali existem regras, que se não forem respeitadas...
Eu sinto calor, muito calor... Levanto a camisa, a loira continua me olhando, abaixo a camisa, ela não me olha mais, está séria.
Demora pra começar a visita. Às vezes me sinto um peixe fora da água, resolvo sentar no chão, relaxar e me igualar àquelas pessoas. Começo a sentir a essência do sofrimento do povo de verdade, interessante... Saem os visitantes do primeiro horário... Alguns choram muito.
- Deve ser a primeira vez deles
Afirma a namorada do meu amigo.

Chegou a nossa hora de visitar. O meu batimento cardíaco aumenta. Não sei se estou ansioso ou com medo.
Vamos nessa! Estrutura humana! Sou revistado, entrego a minha identidade, assino um papel e entro na delegacia... Uma sala pequena, quente, com vários visitantes esperando os seus amigos especiais.
Os presos começam a entrar na sala de visita: eles são velhos, novos, pálidos, negros, brancos, de óculos, cara de bom, cara de mal... Realmente bandido não tem cara.
Meu inconsciente fala alto:
- Que cara pálido
O rapaz me olha. Eu tenho medo. Ele finge que não me vê e beija sua namorada com vigor.
Os presos continuam entrando na sala, aproximadamente uns setenta presos. Os primeiros visitantes que chegaram na fila esperam sentados, os que chegaram depois aguardam em pé. Nós três chegamos depois.

Entra o meu amigo especial... Ele continua bonito, com cara de sono e mais forte. Abraça sua namorada, minha mãe e depois me abraça... Eu nunca tinha valorizado tanto o gesto de abraçar. Sempre gostei de abraçar, mas aquele foi especial.
- Ontem eu fui dormir às quatro da manhã. Conheci o meu defensor público. Preciso dos meus documentos e uma testemunha pra provar que eu sou inocente.
Diz meu amigo suas primeiras palavras da visita.
Troco olhares com a minha mãe e respondo pra ele.
- Fica tranqüilo... E ai? Está feliz com a nossa visita?
- A visita é a alegria do preso.
Ele responde com uma mistura de felicidade e tristeza.
Nós começamos a conversar sobre diversos assuntos: Liberdade, transformação, saudade, amor, sofrimento, fidelidade, família, dinheiro... Eu percebi que o meu amigo fixava-se em três coisas: Advogado, dinheiro e visita.
Eu sinto calor, muito calor. Todos falavam ao mesmo tempo. Minha mãe não parava de suar, aquele lugar parecia que ia explodir. Resolvi levantar a camisa e rapidamente fui interrompido pelo meu amigo com um tapa na minha mão.
- Você tá maluco? Nunca mais faça isso aqui dentro.
Ele me explicou que minha atitude de levantar a camisa seria um desrespeito às mulheres dos presos. Na cadeia existem regras e aqueles que não respeitam...
Olhei para o lado e estava aquela mulher loira, da fila, me olhando, mas agora com o seu namorado, um homem com a cara de mal. Senti medo.

Surge um som estridente de uma sirene.

- Acabou a visita.
Falou meu amigo enquanto abraçava sua namorada e minha mãe.
Os visitantes começam a sair. Toca novamente a sirene. Agora sinto um aperto no coração. Me dá uma vontade de chorar, o meu amigo me abraça e eu falo emocionado:
- Eu te amo, irmão, e nunca vou te abandonar.

As visitantes mulheres começam a sair e os homens têm que aguardarem todos os presos serem revistados. Ficamos uns dez homens aguardando dentro da sala. Somos trancados, eu me sinto um ninguém nesta situação. Me sinto um preso.

Chegam mais presos e passam perto da gente.
-Eles fazem isso que é pra gente nunca mais voltar aqui
Indaga um jovem alto e magricelo. Converso com o meu inconsciente: A transformação existe. Deus existe.

Cinqüenta minutos depois os visitantes liberados. Saio da cadeia e vejo que a liberdade é uma dádiva. Minha mãe e a namorada do meu amigo estavam me esperando. Eu abraço a minha mãe e caminhamos em rumo à vida, que continua e ainda é especial.

Luciano Vidigal

terça-feira, 19 de maio de 2009

Babu Santana premiado pelo seu trabalho em "Estômago"

O ator Babu Santana, do Grupo Nós do Morro, recebeu no CINEPORT o Troféu Andorinha de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme 'Estômago", de Marco Jorge. A premiação do 4º Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa aconteceu no último dia 9, em João Pessoa. O filme "Estômago" foi o mais premiado da noite, levando ainda os troféus de Melhor Diretor (Marco Jorge), Melhor Produtor (Claudia da Natividade, Fabrizio Donvito e Marco Cohen) e Melhor Filme de Ficção.

Babu Santana e Ylia Sãopaulo
(Fonte: boletim CINEPORT NA TELA)

O filme vem fazendo bela carreira nos festivais nacionais e internacionais, tendo sido destaque no mês passado na premiação da Academia Brasileira de Cinema (ABC), recebendo os prêmios de Melhor Filme, Diretor (Marcos Jorge), Roteiro, Júri Popular e mais uma vez Ator Coadjuvante para Babu Santana.

No vídeo abaixo, Babu Santana dedica o prêmio do CINEPORT ao pai e agradece ao Grupo Nós do Morro (clicar a partir de 02:14min).

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"A Distração de Ivan" e "Praça Saens Peña" premiados em Recife

Terminou ontem a 18ª edição do Cine PE - Festival Audiovisual do Recife. Na cerimônia deste domingo, o curta-metragem em 35 mm A Distração de Ivan, parceria entre Cavídeo e Nós do Morro, que tem direção de Cavi Borges e Gustavo Melo, levou o prêmio de Melhor Trilha Sonora assinada por Bernardo Gebara.
Já o filme Praça Saens Peña, dirigido pelo nosso mestre Vinicius Reis, um dos fundadores do Núcleo de Audiovisual, recebeu cinco premiações, sendo ao lado de Alô, Alô Teresinha, de Nelson Hoineff, um dos grandes vencedores da noite.
O primeiro longa-metragem de ficção do diretor levou os prêmios de Melhor Direção, Melhor Atriz (Maria Padilha), Melhor Ator (Chico Diaz), Melhor Atriz Coadjuvante (Isabela Meirelles) e Prêmio Especial da Crítica.
O filme, que teve pré-estréia no Cineclube Nós do Morro no último dia 15, acompanha uma família de classe média da Zona Norte do Rio, e tem participação de Gustavo Falcão e Guti Fraga no elenco. A estréia nos cinemas está prevista para o início de agosto.
A lista completa ds premiados no Cine PE pode ser acessada aqui.